2022-05-11 15:01:58
#131 — Crime e castigo: como aprisionar uma mente"A maior parte da paz de espírito é fazer nada errado. Aqueles que não possuem auto-controle vivem uma vida desorientada e perturbada."
— Sêneca Em Crime e Castigo, Dostoiévski conta a história de Rodion Raskólnikov, um estudante que cometeu um assassinato.
Raskólnikov acreditava que, ao assassinar uma senhora para quem penhorava alguns itens, ele estaria fazendo um bem não apenas a ele, mas a outros. Era um crime justificável, em sua visão: a morte de uma agiota que extorquia estudantes e a própria irmã.
Mas havia algo mais. Ele queria mostrar que as fronteiras podem ser cruzadas se devidamente justificadas. Ele seria o experimento da própria teoria — ele mostraria que fazia parte dos extraordinários, aqueles que podem cruzar os limites.
O que Raskólnikov não esperava era os efeitos colaterais do assassinato na sua mente e no seu corpo. Febres, indisposição, pesadelos, paranóia, desespero. O lado brilhante do livro reside em como Dostoiévski descreve o drama psicológico de Raskólnikov provocado pela culpa.
Atos errados têm um custo alto, não apenas para quem foi afetado, mas para quem os cometeu. A culpa aprisiona. E, uma hora, ela se torna insustentável, assim como se tornou para Raskólnikov.
Como evitar a culpa? Simples, faça o que é certo.
Se não é certo, não faça. Se não é verdade, não diga. Não importa a justificativa.
@estoicismo | texto por Sabrina Andrade
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