2022-07-25 03:00:36
24 de Julho
A felicidade não se deve buscar nesta vida
Esta felicidade não pode ser encontrada:
I. No pecado. Porque o pecado atrapalha como uma carga. “Fardos que os fatigam por causa do seu grande peso” (Is. 46, 1). Efetivamente o pecado atrapalha:
Pela solicitude em pensar como vão pecar. “Porque os maus não dormem, sem terem feito mal” (Pr. 4, 16).
Pelo trabalho na execução. “Cansamo-nos nas sendas da iniquidade e da perdição” (Sb. 5, 7).
Pela confusão ao examinar a consciência. “Que fruto tirastes então daquelas coisas, de que agora vos envergonhais?” (Rm. 6, 21).
Pelo fracasso na esperança. “A esperança dos iníquos é aniquilada” (Pr. 11, 7).
— In Is., XLVI
II. A felicidade não se encontra nos deleites corporais. Porque a suprema perfeição do homem não pode consistir em que se uma a coisas inferiores a ele, senão em unir-se a coisas mais altas; pois o fim é melhor que o que ser ordena ao fim. Pois bem, os deleites corporais consistem em que o homem segundo os sentidos se uma a algo inferior a ele, quer dizer, a coisas sensíveis.
Ademais, se os deleites corporais fossem bons em si, seria necessário que fosse muito bom usar deles o mais possível. Porém é evidente que isto é falso; porque o abuso deles é um vício, prejudicial ao corpo, e impede os mencionados deleites. Por conseguinte, não são em si mesmos um bem para o homem.
Por outro lado, o último fim é Deus; portanto é preciso estabelecer como último fim do homem aquele que mais lhe aproxima de Deus. Pois bem, os deleites corporais impedem ao homem a suprema aproximação de Deus, que se verifica pela contemplação. Estes deleites a impedem em grande medida, porque submergem profundamente o homem nas coisas sensíveis, e por conseguinte o retraem das coisas espirituais. Não deve, portanto, colocar-se a felicidade humana nos deleites corporais.
— Contra Gentiles, Lib. I, Cap. 3.
— AQUINO, Sto. Tomás de.
Meditações para o Tempo Comum (depois de Pentecostes).
Ecclesiae Editora, 2020.
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