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Capítulo III Sobre os deveres do marido e da mulher Ao l | Teologia, Patrística e História Eclesiástica ⛪️

Capítulo III

Sobre os deveres do marido e da mulher

Ao lidar com os homens, abordamos em primeiro lugar os deveres das mulheres; pois a união de marido e mulher é a associação mais natural. Lembraremos o que já dissemos em outro lugar, que a natureza aqui exige o que vemos para qualquer animal. O homem precisa absolutamente da mulher e vice-versa; sua associação é, portanto, necessária. Em outros animais, essa associação não ocorre racionalmente; é instintiva e visa à propagação da espécie. Em animais domesticados e mais inteligentes há, a esse respeito, um pouco mais de complexidade; porque eles mostram apego verdadeiro para o homem: a cooperação entre esposa e marido não visa apenas à existência, mas a uma existência feliz; eles geram filhos, não apenas por obediência à natureza, mas também por uma questão de utilidade. Por sua vez, recebem, na velhice enferma, o cuidado que dispensaram aos seres fracos em uma idade mais vigorosa. É assim que a natureza realiza seu círculo eterno; o número passa, a espécie permanece. A divindade atribuiu antecipadamente ao marido e à esposa o papel que é apropriado para cada um em sua comunidade. Pois eles diferem nas suas habilidades, não adaptadas em todos os casos para as mesmas tarefas, e em alguns casos adaptadas para tarefas opostas, mas todas dispostas a tender para o mesmo objetivo absoluto. Um dos sexos é criado forte, o outro fraco; este último, pelo próprio fato de estar com medo, é mais cauteloso; o primeiro, por sua coragem, está mais bem preparado para repelir o ataque. O primeiro traz bens de fora; o último retém as mercadorias do interior. Na divisão do trabalho, a mulher compartilha o que convém à sua natureza sedentária e incapaz de realizar ocupações externas; enquanto o homem, menos feito para a tranqüilidade e o descanso, corrobora sua saúde pelo próprio movimento que dá a si mesmo.¹ Quanto à origem das crianças, participam de modo diferente: à mãe corresponde o desenvolvimento físico, ao pai o desenvolvimento moral ou educação.

Nota:

1. Chesterton não afirma categoricamente que a divisão se dá por motivos de natureza, mas defende a conveniência de um papel doméstico, que evite a especialização total da humanidade. “[...] em cada núcleo da humanidade é essencial a presença de um ser humano apoiado num plano mais amplo, alguém que não ‘dê o melhor de si’, mas que se dê por inteiro”. Ver apêndice.

ARISTÓTELES,
Tratado de Economia Doméstica. Como administrar a família. Livro I, Cap. III.
Editora Vide Editorial, 2021.
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Tag(s): #Aristóteles, #EconomiaDoméstica, #Família.