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Rondó da Liberdade

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🚀marxismo-leninismo
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As últimas mensagens 24

2021-11-02 16:30:13 https://www.instagram.com/p/CVwIMWvLkiW/?utm_medium=copy_link

[01 de novembro de 1922. Morre o escritor Lima Barreto, que nos deixa sua “literatura militante”] “Queria-me um homem do mundo, sabendo jogar, vestir-se, beber, falar às mulheres; mas as sombras e as nuvens começavam a invadir-me a alma, apesar daquela vida brilhante. Eu sentia bem o falso da minha posição, a minha exceção naquele mundo; sentia também que não me parecia com nenhum outro, que não era capaz de me soldar a nenhum e que, desajeitado para me adaptar, era incapaz de tomar posição, importância e nome. Sofria com essa “consideração” especial que tanto irritava o poeta cubano Plácido. Continuava, porém, a ir com ele aos teatros, às pândegas. Saiamos com raparigas, jantávamos nos arrabaldes pitorescos. Eu ia contente mas o meu contentamento durava pouco. Não sei o que sentia de ignóbil em mim mesmo e naquilo tudo, que no fim estava sombrio, calado e cheio de remorsos. Desesperava-me o mau emprego dos meus dias, a minha passividade, o abandono dos grandes ideais que alimentara. Não; eu não tinha sabido arrancar da minha natureza o grande homem que desejara ser; abatera-me diante da sociedade; não soubera revelar-me com força, com vontade e grandeza... Sentia bem a desproporção entre o meu destino e os meus primeiros desejos; mas ia.”, “Recordações do Escrivão Isaías Caminha”, Lima Barreto.
209 views13:30
Aberto / Como
2021-10-29 03:37:47 https://www.instagram.com/p/CVl7UTDtrvG/?utm_medium=copy_link

“O leitor por acaso já carregou cimento? Há algo curioso a respeito disso: quanto mais sacos se carrega, tanto mais parece pesar cada um deles. Quando chegamos ao saco de número duzentos, a dor permanente que havia se instalado em nossas costas era o de menos: nossos joelhos, a essa altura, pareciam ter adquirido vontade própria e, de vez em quando, num passo ou outro que dávamos com o acréscimo de cinquenta quilos no ombro, ameaçavam se dobrar sob o peso extra, de tal modo que precisávamos fazer esforço para não cairmos de quatro no chão.
Numa das ocasiões em que eu ia levando um saco e meus joelhos vacilaram brevemente, o Michel, que cruzava comigo naquele preciso instante, bem no meio do terreno, já retornando com o ombro livre após largar seu saco do outro lado, tentou me fazer rir para que eu perdesse as forças de vez e acabasse e quatro no chão: parou onde estava, colocou as mãos nas cadeiras e empertigou todo, dizendo:
-Vem cá, tché, mas em que mundo tu vive? Tu tá morrendo pra carregar esse saco de cimento, é?
Até hoje imitamos aquele alemão nas mais variadas circunstâncias. Eu, por exemplo, tenho ímpetos de imitá-lo quando aparecem os progressistas de meia-tigela, os intelectuais de araque, que não sabem da missa a metade, que não fazem a mais vaga ideia do que as pessoas sempre passaram em Porto Alegre e que se surpreendem com o fato de a ascensão fascista dos últimos tempos ter sido amplamente apoiada na capital gaúcha só porque eram aqui que aconteciam as cirandas do Fórum Social Mundial.
-Vem cá, tchê, mas em que mundo tu vive? Tu acha que uma cidade vira fascista da noite pro dia, é?” José Falero @jzfalero , “Mas em que mundo tu vive?”.
205 views00:37
Aberto / Como
2021-10-27 14:14:07 https://www.instagram.com/p/CVh6Y7IrjPT/?utm_medium=copy_link

[27 de outubro. Nascimento de Graciliano Ramos]
“Demais, estaria eu certo de não haver cometido falta grave? Efetivamente não tinha lembrança, mas ambicionara com fúria ver a desgraça do capitalismo, pregara-lhe alfinetes, únicas armas disponíveis, via com satisfação os muros pichados, aceitava as opiniões de Jacob. Isso constituiria um libelo mesquinho, que testemunhas falsas ampliariam. Tinha o direito de insurgir-me contra os depoimentos venenosos? De forma nenhuma. Não há nada mais precário que a justiça. E se quisessem transformar em obras os meus pensamentos, descobririam com facilidade matéria para condenação. Não me repugnava a ideia de fuzilar um proprietário por ser proprietário. Era razoável que a propriedade me castigasse as intenções”. Graciliano Ramos, “Memórias do Cárcere”.
180 views11:14
Aberto / Como