Get Mystery Box with random crypto!

A ocasião faz o escritor - Olimpíada de Língua Portuguesa

Logotipo do canal de telegrama cronica_olp - A ocasião faz o escritor - Olimpíada de Língua Portuguesa A
Logotipo do canal de telegrama cronica_olp - A ocasião faz o escritor - Olimpíada de Língua Portuguesa
Endereço do canal: @cronica_olp
Categorias: Línguas
Idioma: Português
Assinantes: 1.80K
Descrição do canal

Aqui você encontrará dicas e reflexões sobre o gênero Crônica da Olimpíada de Língua Portuguesa. Saiba mais sobre a 7ª edição do concurso: https://www.escrevendoofuturo.org.br/concurso

Ratings & Reviews

1.67

3 reviews

Reviews can be left only by registered users. All reviews are moderated by admins.

5 stars

0

4 stars

0

3 stars

0

2 stars

2

1 stars

1


As últimas mensagens 2

2021-07-26 17:27:06 As reflexões dos nossos alunos e alunas no gênero crônica

Na crônica “O apanhador de acalantos”, a finalista da 6ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa, Beatriz Pereira Rodrigues (Catalão-GO), se inspira em um “senhorzinho, bem mais velho”, que “parava em todos os grupos de conversa para puxar assunto” e reflete:

“Percebi que ali na feira, ele estava em busca de algo, não para saciar sua fome, mas para acalentar seu coração solitário: atenção, carinho, risos, sentimento de ainda pertencer ao lugar e de ter com quem conversar. Fiquei imaginando o quanto as pessoas mais velhas podem se sentir sozinhas no vazio de suas casas. (...)

Já era noite e, por mais que eu tentasse, não tirava o velhinho da minha cabeça. Fiquei imaginando ele levantando cedo, tomando seu café, arrumando-se e escolhendo seu chapéu de passeio para ir ao encontro do carinho das pessoas e, talvez, compensar a ausência dos filhos e netos.

Então percebi que, assim como ele, também me encontro numa grande solidão. Estamos o tempo todo conectados, sabemos tudo uns dos outros, em tempo real (mesmo no isolamento de nossos quartos), mas perdemos muito do “olho no olho”, do abraço, do toque, do sorriso verdadeiro que emana felicidade. Aquele velhinho, perdido num mundo tão diferente, e eu, perdida num mundo de indiferenças! Éramos cúmplices!”

É perceptível como Beatriz faz da sua observação do “senhorzinho” a matéria-prima para uma reflexão sobre a solidão. Além de imprimir contornos próprios à experiência do idoso, ela passa a enxergar a sua própria solidão, mesmo com a possibilidade de estar conectada virtualmente o tempo todo, estabelecendo, assim, uma ligação sensível entre ela e o velhinho, duas gerações comumente vistas como dotadas de experiências que não têm nada a ver uma com a outra… E aí, professor/a? Houve alunos que construíram uma reflexão em suas crônicas que trouxe um olhar fresco sobre o mundo, convidando-nos a pensar sobre algo que nunca pensamos direito? Acha que seus alunos conseguiram alcançar o que imaginamos como uma boa crônica? Ou você está inseguro, pensando que não chegou onde queria? Fique tranquilo, a travessia não é fácil, mas com certeza você trilhou um caminho desafiador com seus alunos e os instigou a aprender muito sobre esse gênero até aqui!

Para ler a crônica de Beatriz Pereira Rodrigues, na íntegra, acesse a Coletânea de Textos Finalistas da 6ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa, mais especificamente a página 127.

Para aprofundar-se no gênero Crônica, e refletir sobre avaliação e reescrita, (re)visite a Oficina 11 – Assim fica melhor, do Caderno Docente A ocasião faz o escritor, produzido pela Olimpíada de Língua Portuguesa.

Saiba mais sobre a 7ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa.
3.2K views14:27
Aberto / Como
2021-07-26 17:25:03
Ilustração: Fábio Bulhões.
2.7K views14:25
Aberto / Como
2021-07-19 16:09:15 Apreciando as crônicas dos nossos alunos e alunas

Até agora lemos crônicas de diferentes escritores brasileiros, observando suas estratégias para nos inspirar no trabalho em sala de aula. A essa altura, você já começou a trabalhar o gênero com seus estudantes e talvez já tenha colhido alguns frutos desse processo, lendo as primeiras versões de suas crônicas. Por isso, hoje vamos comentar o texto “História de pescador”, de Gean Fabricio de Araujo Motta, semifinalista da Olimpíada de Língua Portuguesa de 2019, que conta sobre seu encontro com um velho pescador. Considerando que começar uma crônica possa ser difícil para os alunos e alunas, vamos ver como Gean faz isso em seu texto:

“De vez em quando vou à praia. Um bom lugar para pensar, ficar em paz longe da parte violenta e lotada do nosso cotidiano. Geralmente vou quando está ficando noite, quando tem menos gente.

De todas as histórias que por ali aconteciam, a única que senti vontade de conhecer foi a do “pescador”, um velhinho que passava todo dia remando em seu barquinho, solitário. Naquele vai e vem incansável, nunca falei com ele.

Numa noite de sexta-feira, fui à praia. Me sentei na areia, ouvindo as ondas. Eu vejo à distância um ponto preto. É ele, o pescador. Procurando inspiração para minha crônica, resolvi falar com ele. Acenei com os braços, ao que ele respondeu com um assovio.”

Se os/as estudantes estão muito inseguros com a escrita e/ou nós, professores, com grandes expectativas e exigências, talvez nos esqueçamos de duas das principais características do gênero: a simplicidade e a construção de um olhar sensível para o mundo. Veja como Gean descreve, inicialmente, o sentido da sua relação com a praia para, em seguida, destacar uma das tantas histórias que acontecem ali: a do pescador velhinho. Em vez de falar já diretamente do seu encontro, ele retrata de forma bastante visual quando e como isso aconteceu, valendo-se, inclusive, da metalinguagem: ele precisava de inspiração para a crônica. À luz disso, te convido, professor/a, a lançar um olhar para as crônicas de seus/suas estudantes, observando, sobretudo, o início: há um olhar singular sobre o mundo que se delineia desde o início? O/a aluno/a está indo além de uma linguagem referencial? É perceptível um foco narrativo?

Para ler a crônica de Gean Fabrício, na íntegra, acesse o portal da Olimpíada de Língua Portuguesa.

Para aprofundar-se no gênero Crônica e conhecer outras obras, (re)visite o Caderno Docente A ocasião faz o escritor, produzido pela Olimpíada de Língua Portuguesa.

Saiba mais sobre a 7ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa.
3.4K views13:09
Aberto / Como
2021-07-19 16:09:02
Pescador anônimo em uma praia de Salvador, Bahia. Foto de Luiz Hohenfeld. Disponível no link.
3.0K views13:09
Aberto / Como
2021-07-12 16:40:41 O diálogo na crônica: utilizando o discurso direto

Como vimos, a crônica também pode ter personagens, afinal, olhar para o mundo é também olhar para as pessoas que nele vivem, cujas vozes podem ser registradas a partir do discurso direto, um recurso comum em textos ficcionais. É o caso do diálogo entre um trabalhador rural e o patrão, que aparece no conto “Alicerce”, de Geni Guimarães:

“Num desses dias, quando atravessávamos a fazendinha e falávamos sobre o meu estudo, ele me disse:
— Tem que ser assim, filha. Se a gente mesmo não se ajudar, os outros é que não vão.
Nisto ia passando por nós o administrador, que ao parar para dar meia dúzia de prosa, cumprimentou meu pai e disse:
— Não tenho nada com isso, seu Dito, mas vocês de cor são feitos de ferro. O lugar de vocês é dar duro na lavoura. Além de tudo, estudar filho é besteira. Depois eles se casam e a gente mesmo...
A primeira besteira ficou sem resposta, mas a segunda mereceu uma afirmação categórica e maravilhosa, que quase me fez desfalecer em ternura e amor.
— É que eu não estou estudando ela para mim — disse meu pai. — É pra ela mesma.”

Ao se utilizar do discurso direto, Geni traz para o texto a fala do pai, que responde a um discurso que romantiza e naturaliza a dura condição de vida da população negra, uma das consequências de uma abolição da escravidão que não lhes garantiu direitos mínimos, como na época desse trabalhador. A partir do seu modo de falar, uma outra concepção para o verbo “estudar” é elaborada, pois “estudar”, no discurso do pai, é fornecer condições para que a filha estude e seja independente, ou seja, seu trabalho é uma forma de “estudar” a filha. Será que esse pensamento do pai teria a mesma força expressiva se tivesse sido registrado a partir do discurso indireto? O que seria perdido? Que falas e vozes poderiam aparecer por meio de um discurso direto numa crônica sobre o lugar onde se vive? Algum diálogo marcante? Uma fala de um morador antigo? As possibilidades são infinitas!

Leia o conto “Alicerce”, de Geni Guimarães, na íntegra, no nosso portal Escrevendo o Futuro. Para conhecer outras obras da autora, acesse o portal Literafro.

Caso deseje conhecer mais Geni Guimarães, assista ao vídeo sobre a entrevista que os semifinalistas da 6ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa fizeram com a escritora, e leia a matéria sobre sua palestra para professores e alunos na mesma edição.

Para aprofundar-se no gênero Crônica e conhecer outras obras, (re)visite o Caderno Docente A ocasião faz o escritor, produzido pela Olimpíada de Língua Portuguesa.

Saiba mais sobre a 7ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa.
3.9K views13:40
Aberto / Como
2021-07-12 16:40:23
Que falas e vozes poderiam aparecer por meio de um discurso direto numa crônica sobre o lugar onde se vive? Ilustração de Fábio Bulhões.
3.2K views13:40
Aberto / Como
2021-07-05 16:42:51 O humor irônico de Machado de Assis: a crônica que faz rir e pensar

Machado de Assis, além de um exímio romancista, foi um grande cronista no século XIX. Conhecido pela sua ironia, a que chamam de “ironia machadiana”, ele também empregava essa figura de linguagem em suas crônicas, que ganhavam um tom bem-humorado. É o caso do texto “Regra para uso dos bondes”, de 1883, no qual propõe regras para o uso adequado desse meio de transporte:

ART. I – Dos encatarroados. Os encatarroados podem entrar nos bondes com a condição de não tossirem mais de três vezes dentro de uma hora, e no caso de pigarro, quatro. Quando a tosse for tão teimosa, que não permita esta limitação, os encatarroados têm dois alvitres: – ou irem a pé, que é bom exercício, ou meterem-se na cama. Também podem ir tossir para o diabo que os carregue. (...)

ART. X – ART. VII – Das conversas. Quando duas pessoas, sentadas a distância, quiserem dizer alguma coisa em voz alta, terão cuidado de não gastar mais de quinze ou vinte palavras, e, em todo caso, sem alusões maliciosas, principalmente se houver senhoras.

Ao simular a redação de uma lei para uma questão que não deveria exigir legislação, pois envolve saber respeitar o espaço alheio, Machado evidencia, em um tom irônico e debochado, a falta de educação das pessoas. Porém, em vez de chamá-las diretamente de mal educadas ou sem senso de coletividade, Machado emprega uma linguagem que torna risíveis as situações descritas e exagera a necessidade de ter “modos” – como a quantidade de vezes que se pode tossir –, o que parece revelar, ao mesmo tempo, como não é possível estabelecer regras para o comportamento humano nesse caso, de modo que a “Regra para o uso dos bondes” pode ser vista como uma grande ironia do autor.

Ensinar esse recurso aos alunos e alunas à luz de uma crônica de Machado como essa pode ajudá-los a ver como uma crônica pode reunir crítica, humor e ironia ao mesmo tempo, tornando o texto ainda mais interessante. Que tal conversar com eles, então, sobre essa ironia machadiana, pensando na crônica?

Leia a íntegra da crônica “Regra para uso dos bondes”, de Machado de Assis, na Coletânea do Caderno Docente A ocasião faz o escritor. Para mais crônicas do autor, acesse o site Machado de Assis – vida e obra.

Caso deseje saber mais sobre a ironia machadiana, leia a entrevista do pesquisador Eduardo de Assis Duarte sobre o assunto no site do jornal Estado de Minas.

Para aprofundar-se no gênero Crônica e conhecer outras obras, (re)visite o Caderno Docente A ocasião faz o escritor, produzido pela Olimpíada de Língua Portuguesa.

Saiba mais sobre a 7ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa.
4.0K viewsedited  13:42
Aberto / Como
2021-07-05 16:42:18
O escritor Machado de Assis em foto recriada pela campanha "Machado de Assis Real", da Faculdade Zumbi dos Palmares, que visa desembranquecer sua imagem. Saiba mais no link.
3.5K views13:42
Aberto / Como
2021-06-28 16:28:59 “Acorda, sol”: construindo beleza a partir da personificação

Como vimos em algumas pílulas até aqui, a crônica, além de ser um gênero marcado pela reflexão sensível sobre um tema, é também um espaço em que é possível construir beleza e outros sentidos para o mundo, inclusive para problemas sociais, descortinando o ser humano por trás deles. Nesse caso, o bom uso de figuras de linguagem contribui para a construção estética da crônica, isto é, um manejo da linguagem que vai além da objetividade. As letras de canções da MPB, geralmente marcadas pelo uso de figuras de linguagens, podem ser uma grande parceira no processo de ensino dessa dimensão aos nossos alunos e alunas. É o caso da canção “Sol das lavadeiras”, do músico pernambucano Zé Manoel, da qual destacamos o trecho:

“Acorda sol, detrás da ingazeira
Vem, traz manhã, que a noite é sorrateira
Acorda sol das lavadeiras
Bem-vindo sol das lavadeiras
Enxuga o pranto das crioulas
Das mãos dessas trabalhadoras
Transforma essas águas num mar de alegria
Assim como nasce o dia (...)”

Nela, Zé Manoel convoca a natureza a partir da personificação do Sol como companheiro do trabalho duro de lavadeiras, acordando-o e chamando-o para iluminar e consolar o “pranto das crioulas”, uma expressão que, para além do seu sentido literal, parece evidenciar uma condição de angústia, solidão e tristeza dessas trabalhadoras negras. No entanto, essa condição difícil é atenuada e, mais do que isso, embelezada pela visão do Sol como um elemento da natureza que não só pode acompanhá-las, mas também transformar as “águas num mar de alegria”. Assim, apesar de ser essencial para a secagem das roupas lavadas por essas mulheres, o Sol é desviado de sua função pragmática e assume um sentido poético e existencial. Não é lindo isso?

Que tal fazer os alunos e alunas refletirem sobre que aspectos do lugar onde moram, sobretudo da natureza, poderiam ser personificados e contribuir para uma visão diferente da realidade? Uma cachoeira? Um córrego? Uma árvore? Um banco de uma praça?

Caso queira conhecer mais o trabalho de Zé Manoel, acesse o site do cantor.

Para aprofundar-se no gênero Crônica e conhecer outras obras, (re)visite o Caderno Docente A ocasião faz o escritor, produzido pela Olimpíada de Língua Portuguesa.

Saiba mais sobre a 7ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa.
4.2K views13:28
Aberto / Como
2021-06-28 16:27:09 “Sol das lavadeiras”, do compositor, cantor e pianista Zé Manoel.
3.8K views13:27
Aberto / Como