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As reflexões dos nossos alunos e alunas no gênero crônica N | A ocasião faz o escritor - Olimpíada de Língua Portuguesa

As reflexões dos nossos alunos e alunas no gênero crônica

Na crônica “O apanhador de acalantos”, a finalista da 6ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa, Beatriz Pereira Rodrigues (Catalão-GO), se inspira em um “senhorzinho, bem mais velho”, que “parava em todos os grupos de conversa para puxar assunto” e reflete:

“Percebi que ali na feira, ele estava em busca de algo, não para saciar sua fome, mas para acalentar seu coração solitário: atenção, carinho, risos, sentimento de ainda pertencer ao lugar e de ter com quem conversar. Fiquei imaginando o quanto as pessoas mais velhas podem se sentir sozinhas no vazio de suas casas. (...)

Já era noite e, por mais que eu tentasse, não tirava o velhinho da minha cabeça. Fiquei imaginando ele levantando cedo, tomando seu café, arrumando-se e escolhendo seu chapéu de passeio para ir ao encontro do carinho das pessoas e, talvez, compensar a ausência dos filhos e netos.

Então percebi que, assim como ele, também me encontro numa grande solidão. Estamos o tempo todo conectados, sabemos tudo uns dos outros, em tempo real (mesmo no isolamento de nossos quartos), mas perdemos muito do “olho no olho”, do abraço, do toque, do sorriso verdadeiro que emana felicidade. Aquele velhinho, perdido num mundo tão diferente, e eu, perdida num mundo de indiferenças! Éramos cúmplices!”

É perceptível como Beatriz faz da sua observação do “senhorzinho” a matéria-prima para uma reflexão sobre a solidão. Além de imprimir contornos próprios à experiência do idoso, ela passa a enxergar a sua própria solidão, mesmo com a possibilidade de estar conectada virtualmente o tempo todo, estabelecendo, assim, uma ligação sensível entre ela e o velhinho, duas gerações comumente vistas como dotadas de experiências que não têm nada a ver uma com a outra… E aí, professor/a? Houve alunos que construíram uma reflexão em suas crônicas que trouxe um olhar fresco sobre o mundo, convidando-nos a pensar sobre algo que nunca pensamos direito? Acha que seus alunos conseguiram alcançar o que imaginamos como uma boa crônica? Ou você está inseguro, pensando que não chegou onde queria? Fique tranquilo, a travessia não é fácil, mas com certeza você trilhou um caminho desafiador com seus alunos e os instigou a aprender muito sobre esse gênero até aqui!

Para ler a crônica de Beatriz Pereira Rodrigues, na íntegra, acesse a Coletânea de Textos Finalistas da 6ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa, mais especificamente a página 127.

Para aprofundar-se no gênero Crônica, e refletir sobre avaliação e reescrita, (re)visite a Oficina 11 – Assim fica melhor, do Caderno Docente A ocasião faz o escritor, produzido pela Olimpíada de Língua Portuguesa.

Saiba mais sobre a 7ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa.