2021-05-31 16:15:32
O TAL DO “OBRIGADO EU” Como já comentei aqui, dizer “Obrigado!” significa dizer “A partir de agora, eu estou OBRIGADO a fazer algo a você como forma de retribuição”.
É exatamente por isso que a palavra deve variar em gênero. Se for dita por uma mulher, “obrigada”; por um homem, “obrigado”; por mais de uma mulher, “obrigadas”; por um grupo de pessoas de gêneros misturados ou apenas de homens, “obrigados”.
Pode soar estranho, mas é assim mesmo. Duas alunas poderiam, por exemplo, escrever um bilhete em agradecimento ao professor:
– Muito obrigadas pelo ensinamento.
Pois bem.
Em resposta ao “Obrigado!”, há várias possibilidades:
Pode-se dizer simplesmente “Por nada!”, que equivale a dizer algo como “Não precisa se obrigar a mim por nada, fique tranquilo”. A forma “De nada!”, embora largamente usada, é desabonada por alguns estudiosos.
Pode-se dizer “Obrigado A você!” (jamais “Obrigado você!”, como expliquei aqui recentemente em reels), que significa “Eu é que me sinto obrigado a você”;
Pode-se dizer “Eu que agradeço” ou “Eu quem agradece”, respostas autoexplicativas, cabíveis quando de fato há algo para se agradecer de volta;
Pode-se ainda dizer – adivinha, adivinha?? �– “Obrigado eu!”, que equivale a dizer “Obrigado fico eu a fazer isso por você!”.
Evidentemente, embora seja essa a origem das expressões, quase ninguém as emprega com consciência do significado, de maneira que podemos concluir: fique à vontade.
Por fim, vale dizer que várias outras formas de resposta ao “Obrigado!” já se consagraram, como “Imagina!”, “Valeu!”, “Não por isso!”, “Não há por quê!” etc. É a língua sendo língua: dinâmica e surpreendente!
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