Continuação Parte II Portanto, particul | Expresso da Meia Noite
Continuação Parte II
Portanto, particularmente falando dos países e povo latino-americano, o imperialismo (maquiando os seus reais objetivos de colonização) vai usando a pauta ambiental como uma bandeira (falsa) - do mesmo modo que fazem com a pauta identitária - para confundir o eleitorado e tirar o foco dos problemas que realmente interessam:
Destacadamente, o saque ao patrimônio público, financeiro e estatal, a retirada dos direitos sociais e a eliminação da agenda orientada para a promoção do bem-estar das populações locais simplesmente para garantir os recursos para gerar os lucros (insaciáveis) dos grandes conglomerados capitalistas;
Ficando absolutamente claro que os problemas ambientais também não podem deixar de ser observados sob a ótica da manipulação política.
Não há consenso na comunidade científica sobre as questões climáticas e precisamos ter a clareza que as questões relacionadas à ecologia não se estabelecem fora do contexto da luta de classes:
Ao imperialismo, nem de longe interessa questionar o sistema;
Muito pelo contrário, apenas lhes interessa “resolver os problemas ambientais” por meio de "acordos" e movimentos de "mudanças de mentalidades" orientados para limitar a utilização de recursos e a produção nos países em desenvolvimento.
Assim, fazendo da descarbonização um "dogma", mas deixando as suas causas intocáveis:
Vai-se negando aos países em desenvolvimento o direito de usar estrategicamente suas riquezas e recursos naturais - em benefício do seu próprio povo;
Determinando a permanência destes países na condição de dependência e de meros fornecedores de commodities .
Sob o “dogma da descarbonização”, sem energia abundante e barata, a desigualdade entre os países tardiamente inseridos no sistema de desenvolvimento capitalista e os países capitalistas centrais, cada vez mais seguirá aumentando:
E a esperada reação dos (ingênuos ou não) radicais da natureza, influenciados por esses "altruístas argumentos em favor do ambiente" produzidos pelo imperialismo, cumpre crucial papel nesse contexto;
Principalmente com a fervorosa militância biocentrista, fazendo uso de todos os expedientes, dramáticos, pseudo científicos e institucionais para estabelecer um caráter limitador e "pecaminoso" a qualquer tipo de produção, sem levar em consideração o caráter dinâmico do equilíbrio ecossistêmico que envolve todos os elementos biológicos, econômicos, sociais e climáticos locais.
Sob os arautos de verdadeiros "ecologismos de ocasião”, negligenciam-se possibilidades de se produzir (de forma sustentável) em diferentes biomas - com a criação de imensos fragmentos "intocáveis" de terra, os quais servem muito mais para impedir o acesso a recursos essenciais ao desenvolvimento econômico e social local sob o controle do Estado - do que propriamente para atingir o objetivo de preservar.
E o que é ainda mais grave, abrindo-se a possibilidade para a criação de um ambiente favorável para produção (falsa e real) de conflitos e a realização de todos os tipos de negociatas e manobras:
Favorecendo o avanço do garimpo e do desmatamento ilegal, a grilagem de terra, o tráfico de drogas, a lavagem de dinheiro, etc;
Abrindo perspectivas, inclusive, para se cogitar (por exemplo) a possibilidade de controle internacional da Amazônia.
Dessa maneira, terras que poderiam ser utilizadas de forma estratégica, agregando valor na base da pirâmide produtiva dos países que as detém, garantindo a conservação da biodiversidade e o manejo sustentável dos recursos naturais - de acordo com o interesse local, regional e nacional:
Dificilmente conseguirão ser submetidas ao efetivo controle por parte do Estado;
Facilitando a formação de um sistemático ciclo e criminalidade em torno delas.
Continua
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