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Expansão do BRICS e a perspectiva de avanço de uma 'configuraç | Expresso da Meia Noite

Expansão do BRICS e a perspectiva de avanço de uma "configuração geopolítica multipolar"

Por Ricardo Guerra


BRICS é uma sigla relacionada ao grupo formado pelos países: Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e representa uma unidade de cooperação diplomática entre esses cinco países.

Apesar de não se constituir como um bloco econômico ou se estruturar como uma clássica organização internacional, visto que não existe um tratado, uma sede ou outras características que possam lhe delimitar como tal, esse agrupamento:

Representa uma importante mudança de paradigma internacional;

E pode contribuir para a configuração de uma nova ordem geopolítica multipolar.

Não obstante o seu caráter informal, o BRICS tem um grau de institucionalização que vai se definindo à medida que os cinco países, considerados emergentes no que se refere ao desenvolvimento de suas economias, intensificam sua interação.

Na última cúpula do grupo, realizada recentemente na China (em junho de 2022), os membros do BRICS:

Definiram diretrizes para a cooperação energética e o aumento do comércio entre os países-membros - estabelecendo o foco na recuperação econômica através da colaboração diplomática;

E abordaram a necessidade de aprofundar o debate sobre o desenho e a implementação de uma moeda de reserva internacional;

Sendo ratificada a ideia de expansão do bloco,  mediante consulta e consenso.

Quanto à questão energética, os membros do grupo já vêm destacando, há um bom tempo, o fato de que os países em desenvolvimento precisam dispor de mais tempo para atingir seu pico de emissões de gases - e definiram que a "ameaça da mudança climática”, usada pelos países desenvolvidos para impor um urgente processo de descarbonização na gestão da economia mundial:

Exige a culpabilidade histórica dos países desenvolvidos e a necessidade de que estes países assumam a responsabilidade na realização das ações de mitigação do problema;

E, entre outras coisas, que seja fornecido aos países em desenvolvimento o indispensável apoio no que se refere a finanças, tecnologia e capacitação para a realização dessa mudança na plataforma energética.

Referente à perspectiva de expansão, a ideia de um BRICS, inclusivo e aberto, revela a disposição do grupo em criar uma possibilidade real de se tornar cada vez mais forte:

Ampliando as esperanças de mudanças materiais no sistema econômico global;

E aumentando o potencial para que possam ser construídas bases factíveis para a configuração de um novo sistema mundial de governança.

Assim, do embrião inicial, quando o imperialismo estadunidense ainda tolerava certa autonomia a países extremamente dependentes como Brasil e África do Sul, e as contradições com a China e a Rússia ainda não tinham chegado ao ponto de hoje (de guerra quase que abertamente declarada), o BRICS nunca esteve tão perto de se impor decisivamente no contexto da geopolítica e governança mundial:

Sendo reais as perspectivas de poder de confrontação ao imperialismo ocidental, em decadência;

Principalmente agora que o modelo econômico de expansão faliu e a maior crise enfrentada pelo capitalismo, em todos os tempos, segue firme o seu fluxo de agravamento, fazendo com que a margem de manobra do imperialismo fique cada vez mais curta, quanto às suas pretensões para o rearranjo da estrutura do capitalismo mundial - em permanente situação de crise.

O Brasil, mesmo a contragosto de Bolsonaro e da corja de entreguistas americanófilos que lhe dá sustentação no campo político, jurídico e militar, fortaleceu a permanência no BRICS (principalmente depois da saída de Trump) - particularmente devido a crise e a falta de recursos que não permitiram a possibilidade de rompimento definitivo do país com a Rússia e com a China, conforme exigiam os EUA.

@expressodameianoite

Continua