2022-01-11 18:20:52
* Texto da professora Zilanda Souza
A neuroplasticidade é a boa notícia de que nosso cérebro responde a estímulos e pode ter suas estruturas modificadas e essa descoberta possibilitou a entrada de novas palavras no vocabulário das pessoas: HABILITAÇÃO, REABILITAÇÃO, INTERVENÇÃO, TREINO.
A neurocientista Dra. Lara Boyd vai afirmar na sua pesquisa que o principal fator de mudança do cérebro é o COMPORTAMENTO. O comportamento qualificado ou não, focado ou não, prediz a qualidade de mudança possível. Nosso cérebro muda! Para melhor ou para pior, ele muda!
Conversando com uma professora que atendia uma criança com deficiência intelectual, eu arrisquei fazer a ela quatro perguntas chaves:
Quem é a criança? O que era ensinado?
Como era ensinado? Com qual frequência era ensinado?
Analisando as respostas, os vídeos que ela me enviara e as atividades que ela preparava, identifiquei o problema e disparei no “modo Zilanda de ser”:
“Você está atendendo uma criança com prejuízos cognitivos, sem plano de intervenção específico para ela, sem metodologia de apoio e sem persistência adequada. Você troca de objetivo como quem troca de roupa.”
Esta criança está recebendo estímulos? SIM! O cérebro dela está passando por transformações? SIM! E neste caso é positivo? NÃO! Este ambiente está aperfeiçoando dificuldades, dependência, e a repetição do fracasso vai corroendo a motivação e a autoestima da criança levando a construção de uma identidade pautada na incompetência para conviver com seus pares.
Há grandes chances dessa criança desenvolver outros transtornos na adolescência em decorrência de um ambiente de ensino ineficiente na infância.
A neuroplasticidade é um fenômeno incrível na vida de crianças com necessidades educacionais especiais, porém é um fenômeno atrelado à competência do adulto que deve prover recursos técnicos e especializados para responder às quatro perguntas chaves com eficiência e foco na necessidade da criança.
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