2020-08-06 23:56:01
Você já sentiu um vazio após atingir um objetivo que almejava?
Isso é comum porque idealizamos o atingimento dos nossos objetivos, quaisquer sejam.
Nutrimos a ilusão que hoje estamos vivendo um momento difícil. Mas amanhã, quando atingirmos nosso objetivo, teremos todo dinheiro que precisamos para nos dedicarmos à nossa arte, por exemplo, e por isso viveremos uma vida tranquila.
Acreditamos que nossa vida é um conto de fadas, e que quando conhecermos o amor de nossas vidas “viveremos felizes para sempre.”
Mas quando de fato atingirmos nossos objetivos idealizados, percebemos que continuamos os mesmos, com as mesmas angústias, e mesmos sofrimentos
Na carta 28, o filósofo Estoico Sêneca retoma o ensinamento de Sócrates de que viajar, mudar de ambiente ou atingir certo objetivo não é solução para nossos problemas:
“Você pergunta por que tal fuga não o ajuda? É porque você foge acompanhado de você mesmo. Você deve deixar de lado os fardos da mente. Até que você faça isso, nenhum lugar irá satisfazê-lo.”
Ou seja, soluções externas não resolvem problemas internos.
Um pensamento de Marco Aurélio complementa essa lição Estoica:
“Para o homem, o tempo é como um rio violento, composto por tudo que acontece. Logo quando um acontecimento é vivenciado, ele é levado embora e outro vem em seu lugar, que também será levado.”
Nos sentimos vazios por termos a ilusão de que tempo é como um lago de águas calmas.
Mas o tempo é um rio com fortes correntezas, onde tudo está em constante transformação.
Assim que você atingir seu objetivo atual, você terá um diferente desejo.
Assim que você resolver o problema que hoje mais te incomoda, você terá outro problema para resolver.
7.2K viewsMateus R. Carvalho, 20:56