2022-07-01 15:25:40
ZONA DO EURO• A prévia do Índice de Preços ao Consumidor da Zona do Euro apresentou alta de 8,6% YoY em junho, resultado superior à expectativa de mercado, que projetava uma expansão de 8,4%, assim como o acumulado dos 12 meses imediatamente anteriores, quando o crescimento do indicador foi de 8,1%.
O grupo de energia se manteve como o principal responsável pelo impacto observado ao longo do período, com crescimento anual de 41,9%, resultado superior ao observado nos 12 meses encerrados em maio, quando fechou com alta de 39,1%. Logo atrás ficou o grupo de alimentos, bebidas e tabaco, com expansão de 8,9% YoY, resultado 1,4 p.p. superior ao período imediatamente anterior. Por fim, os bens não industriais e os serviços apresentaram taxas de 4,3% (+0,1 p.p.) e 3,4% (-0,1 p.p.).
• O PMI Industrial da Zona do Euro ficou em 52,1 pontos, em linha com as expectativas de mercado. Dentre os destaques, está o declínio da produção, que cai pela primeira vez em dois anos e meio. As encomendas à indústria também recuaram em ritmo acelerado e em quase todos os países. Os estoques de produtos não vendidos e de matérias-primas cresceram e a expectativa empresariais não são nada boas. Neste contexto, uma recessão no terceiro trimestre se torna cada vez mais factível.
• O PMI da Alemanha declinou de 54,8 pontos em maio para 52 pontos em junho, vindo em linha com a expectativa do mercado. O desempenho no mês foi afetado especialmente pela queda acentuada no número de novos pedidos, a terceira consecutiva na série, com o agravante de ter apresentado a maior taxa de retração no mês atual. Em situação semelhante se encontram as exportações, tendo apresentado queda pelo quarto mês consecutivo.
O nível de produção das firmas também apresentou queda, tendo sido impactado em grande medida pela escassez de insumos. O quadro só não foi pior em função do acúmulo de pedidos em atraso, que ainda ajuda a sustentar um nível razoável de atividade para boa parte das empresas do setor. A combinação da piora no nível de atividade, especialmente no que diz respeito à queda no número de novos pedidos, combinado com o elevado nível de inflação gerou uma deterioração nas expectativas dos empresários do setor, que regrediram para o mesmo patamar de um ano atrás.
• Na França, o PMI também apresentou queda entre maio e junho, saindo de 54,6 para 51,4 pontos, tendo sido afetado pelo enfraquecimento da demanda, manutenção dos problemas de oferta de insumos produtivos, assim como as incertezas quanto ao cenário macroeconômico nos próximos períodos. Em junho, o país registrou a primeira queda no nível de produção de bens desde outubro de 2021. A queda na produção e as restrições de oferta se combinaram com uma queda no nível de estoque de bens finais, que foi suficiente para atender a demanda no período.
Apesar da fraca atividade, houve aumento no nível de compra de matérias-primas, o que pode ser explicado pela tentativa dos produtores de se anteciparem a eventuais interrupções na cadeia de suprimentos. O ponto positivo ficou por conta do arrefecimento da inflação, tanto no custo de produção quanto no preço dos bens finais, embora ainda permaneça em patamar elevado para os padrões do país. Assim como observado na Alemanha, o cenário atual contribuiu para deterioração das expectativas dos empresários, com o nível de confiança caindo para o menor patamar em dois anos.
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