2023-05-05 14:17:43
Bom dia, hoje é 5 de maio e este é o Minuto do Mercado da Agência CMAOs índices futuros americanos e as bolsas europeias abriram em alta. A semana termina com a confirmação de uma nova alta de 0,25 ponto percentual (p.p.) na taxa de juro nos Estados Unidos, da manutenção de 13,75% na Selic, no Brasil, e de mais uma elevação de 0,25 p.p. promovida pelo Banco Central Europeu (BCE).
Apesar de não ter sido surpresa, o mercado ficou atento aos indícios de como o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Banco Central do Brasil e BCE vão se comportar nos próximos meses.
A inflação alta ainda é uma realidade nas principais economias do mundo, o que obriga os bancos centrais a agir de forma pragmática, ou seja, enquanto os preços estiverem descontrolados, é preciso juros altos para calibrar a economia e trazer a inflação para a meta saudável, neste caso, 2%.
Ontem, após a confirmação de alta, a presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, sinalizou que as taxas de juros podem precisar alcançar novos recordes, reconhecendo que a instituição ainda tem "mais terreno a percorrer" para conseguir fazer a inflação do bloco recuar.
O BCE acredita que a inflação na região deve fechar 2023 em 5,3%. Para o ano que vem, a previsão é de 2,9%, e em 2025, o índice deve chegar a 2,1%. A inflação anual na Zona do Euro referente ao mês de abril subiu para 7%.
Após as divulgações do ADP (Automatic Data Processing), sobre o emprego no setor privado, referente a abril, e do relatório de emprego e vagas (Jolts, na sigla em inglês), referente a março, hoje é a vez dos números do payroll, relatório de emprego mais importante dos EUA e um dos principais índices avaliados pelo Fed para balizar sua decisão monetária.
Por aqui, depois da confirmação da Selic em 13,75%, o presidente Luís Inácio Lula da Silva voltou a atacar os juros altos, afirmando que no Brasil, todo mundo pode falar de tudo, menos de taxa de juros. “Ninguém pode falar de juros, como se um homem sozinho soubesse mais do que 215 milhões de pessoas", criticou o presidente, se referindo ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também comentou a decisão do BC e disse ter ficado bastante preocupado com a decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC) de manter a taxa Selic em 13,75% ao ano. "O Brasil manteve a maior taxa de juros do mundo em uma economia que tem hoje uma das mais baixas taxas de inflação", disse.
Em seu comunicado, o Copom disse que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso o processo de desinflação não transcorra como esperado. Por outro lado, o Comitê disse que este cenário é menos provável. O Copom manteve as projeções de inflação neste ano e no próximo. Para 2023, o comitê projeta uma inflação de 5,8% e de 3,6% em 2024. Analistas apostam em uma queda de 0,25 p.p da Selic em agosto.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15) referente ao mês de abril avançou 0,57% em comparação a março, que atingiu 0,69%. Já no acumulado dos últimos 12 meses, a alta foi de 4,16%. Segundo o boletim Focus divulgado nesta semana, o IPCA de 2023 deve fechar em 6,05%. Para 2024, as instituições financeiras ouvidas pelo BC mantiveram a previsão de 4,18% para a inflação medida pelo IPCA.
Bons negócios
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