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“Entre 31 de julho e 10 de agosto de 1967, aconteceu em Cuba a | Rondó da Liberdade

“Entre 31 de julho e 10 de agosto de 1967, aconteceu em Cuba a Conferência da Organização Latino-Americana de Solidariedade (OLAS). O Partido Comunista Brasileiro negou-se a participar e apresentou críticas públicas a iniciativa. (…) Marighella participará e dará entrevistas importantes pela Rádio Havana que conformam as futuras bases da luta armada no Brasil.
Quatro eixos de discussão foram definidos no encontro:1) a luta revolucionária anti-imperialista, 2) a ação comum frente a intervenção e penetração do imperialismo ‘yankee’, 3) a solidariedade latino-americana e 4) a criação estatutária da OLAS.
No ano seguinte, Marighella publicou ‘A crise brasileira’. Nesse texto ele expõe a proposta de uma nova linha política. Tratava-se, agora, de ‘adotar uma estratégia revolucionária’ que visasse ‘a preparação da insurgência armada popular’. Tendo em vista isso, ‘o trabalho mais importante, aquele que tinha o caráter prioritário era a ação no campo’. A aliança estratégica com os camponeses seria a única maneira de dar hegemonia ao proletariado na revolução nacional e democrática. A estratégia reformista, assentada numa aliança privilegiada com burguesia nacional, teria levado a subestimação do trabalho entre as massas camponesas. A consequência foi que o proletariado acabou ficando subordinado à burguesia.

As resoluções da OLAS também apresentaram uma clara crítica ao reformismo e ao desenvolvimentismo. E, o mais importante, a concepção estratégica aprovada recuperava os princípios marxista-leninistas: a inevitabilidade da revolução, a consequente ruptura e conquista do Estado, a imprescindibilidade do Partido, enquanto organização de vanguarda e o papel histórico da classe operária na revolução.
Nada mais contundente que a resposta de Fidel no discurso de encerramento da OLAS:
‘Se desejamos expressar nosso pensamento, o pensamento de nosso Partido e de nosso povo, ninguém tenha ilusões de que conquistará o poder pacificamente em nenhum país desse continente, ninguém crie ilusões: e o que pretenda dizer as massas semelhante coisa, as estará enganando miseravelmente.
(...)Os que acreditam de verdade que a transição pacifica é possível em algum país deste continente, nos perguntamos a que tipo de trânsito pacifico estão se referindo e como não seria um trânsito pacifico de acordo com o imperialismo. Porque, para conquistar pacificamente a vitória, se na prática isso fosse possível, devem ter em conta que os mecanismos da burguesia, das oligarquias e do imperialismo controlam todos os recursos para a luta pacífica’”. Ricardo Gebrim em “O Leito Histórico da Esquerda Revolucionária Latino-Americana é Marxista-Leninista”, 2020.