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Carlos Ramalhete

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Confabulações, conspirações & parolagens em geral

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As últimas mensagens

2022-07-25 16:44:17 Seria excelente que acabasse a aceitação sexual da pornografia. Que o vício em pornografia passasse a ser algo de que as pessoas se envergonham e que procuram abandonar. Que fosse feito em relação à pornografia o que foi feito em relação ao cigarro, com enorme sucesso

É, finalmente, a sexualidade pornográfica que nega, impede e envenena o amor entre os casais, base de qualquer sociedade. Onde entra a pornografia sai o amor, porque a pornografia deforma justamente o imaginário do que deveria ser o auge do amor humano. Torna-o estéril. Falso. Feio.
E com isso, como sempre, quem mais sofre é a mulher. A proporção de viciados em pornografia é evidentemente muito maior no sexo masculino, que já vem preparado para o desvio por dar um peso muito maior aos sentidos na atração sexual. Daí a menina ter “a cara f*” pelo namoradinho. Daí tantas esposas esperarem na cama fria o marido que as troca por imagens, filminhos, meros píxeis em movimento. Daí tantos estupros, abusos, ataques. Daí, mais ainda, a bizarria de tais ataques.

Dada a tecnologia empregada, na prática é impossível fazer com que não haja mais pornografia. A caixa de Pandora já foi aberta. Seria, contudo, excelente – e nisso mais uma vez me vejo ao lado das feministas – que acabasse a aceitação sexual da pornografia. Que o vício em pornografia passasse a ser algo de que as pessoas se envergonham e que procuram abandonar. Que fosse feito em relação à pornografia o que foi feito em relação ao cigarro, com enorme sucesso. Só assim deixaríamos de ter tantos casos, e casos tão bizarros, de abuso sexual. Até lá, contudo, só o que se pode fazer é procurar mostrar o perigo real e imediato que a pornografia representa, como tentei fazer nestas mal-traçadas, para que os viciados busquem tratamento e quem não se viciou evite que isso aconteça.
Mais vale ser capaz de amar.

https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/carlos-ramalhete/violencia-sexual-e-pornografia/
61 viewsMarisol Gomes, 13:44
Aberto / Como
2022-07-25 16:44:16 Assim o orgasmo ruim, farto e barato da pornografia, como dinheiro ruim, acaba afastando o dinheiro bom do orgasmo conjugal bom, comparativamente raro e caro (em tempo, trabalho, atenção ao cônjuge...). A sexualidade do viciado passa a ser modelada pela pornografia. Mesmo tendo um cônjuge que o ama, o viciado passa a desprezá-lo em benefício do vício solitário. Ou, até, tem relações com o cônjuge a modo pornográfico, mecanicamente, acrobaticamente, sem amor, sem intimidade e sem carinho. O cônjuge, num tal caso, torna-se substituto da mão direita do viciado em pornografia. Não é mais uma pessoa, que dirá uma pessoa amada; é literalmente um objeto sexual.

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A culpa do estupro

Força instável e primitiva

Mais ainda: todo viciado em pornografia, independentemente de estado civil, é psicológica e sexualmente solitário. O sujeito pode ter dez relações sexuais por semana, pode ser considerado o terror da mulherada, o papão das mocreias, mas é solitário. Afinal, a substituição do objeto de atração pelo modo de conjunção o tornou incapaz de experiência sexual ordenada. Os parceiros sexuais são apenas sucedâneos intercambiáveis da própria mão, e em algum momento aquilo vai deixar de bastar. Afinal, tendo sido feita a transformação demoníaca de um ato ao menos potencialmente gerador e unitivo numa repetição frenética de orgasmos secos produzidos pela atenção a imagens degradantes, é fundamental que a coisa vá ficando cada vez menos normal para que se possa voltar a ter o entusiasmo inicial. Quem começa vendo um rapagão e uma moça bonita tendo relações acaba precisando de vídeos com “bodes, carrinhos de mão e anões besuntados” ( Luís Fernando Verissimo).
Uma amiga comentava comigo outro dia a escalada monumental da pornografia. Em meados do século passado, circulavam os “catecismos” do Carlos Zéfiro: histórias em quadrinhos de sexo explícito, horrivelmente mal desenhadas, mas com grande sucesso entre os moleques adolescentes. Dali passou-se às fotografias pornográficas, divididas entre as legalmente permitidas (as famosas “revistas de mulher pelada”, como a Playboy, que mal e mal mostravam pelos púbicos) e as proibidas, em que havia sexo explícito e poses ginecológicas. Sem movimento. Em fotografias.

Onde entra a pornografia sai o amor, porque a pornografia deforma justamente o imaginário do que deveria ser o auge do amor humano. Torna-o estéril. Falso. Feio

Já hoje está ao alcance de qualquer celular, nas mãos de qualquer um, todo tipo de pornografia extremamente explícita. Para piorar, seu formato mais comum é o vídeo, cujas características e perigos apontei aqui mesmo semana retrasada. Crianças assistem a pornografia regularmente, modelando desde antes de começarem a ter relações o modo como as terão. Um modo pornográfico, desordenado, em que não há amor algum. Ouvi de uma mocinha outro dia que o namoradinho de uma sua amiga lhe “f* a cara”, segurando-a pelas orelhas e usando sua garganta como receptáculo. Trata-se de uma mocinha perto da idade legal de consentimento – que no Brasil é de 14 anos – e um rapazinho da mesma idade ou pouca coisa menos novo. Qual é a chance de essas pessoinhas chegarem a ter uma sexualidade sadia? A meu ver, ela é inversamente proporcional à exposição à pornografia. No caso do rapazinho, o mal já está feito. No caso da mocinha, o trauma está garantido.

É devido à sexualidade pornográfica que se têm cantoras que tatuam “eu te amo” no ânus, que se tem crianças fazendo crianças, que se tem maníacos abusando de crianças ou de pacientes desacordadas. É a sexualidade pornográfica que leva as farmácias a vender toneladas de pilulazinhas azuis, que servem para ajudar a ultrapassar a diferença entre a mulher-robô aparentemente de matéria plástica de um vídeo ou fotografia retocada e uma mulher de verdade, com suas celulitezinhas e pneuzinhos.
51 viewsMarisol Gomes, 13:44
Aberto / Como
2022-07-25 16:44:16 Que outro tipo de criminoso carrega consigo as provas do crime? Muitos assassinos em série guardam “recordações” de suas vítimas: um anel, um osso, o que for, que os ajudem a relembrar e reviver a excitação do momento do crime. Há certamente também este elemento em ação. Mesmo assim, os souvenires das vítimas dos assassinos seriais ficam em geral escondidos. Já os tarados carregam consigo, no próprio celular, as fotos e vídeos que podem levá-lo à cadeia. Por quê? Minha impressão é de que para eles a “normalidade” da pornografia sobrepassa a percepção de que se está carregando provas do próprio crime. Ter (ou navegar por) fotos e vídeos pornográficos no celular tornou-se normal; tão normal que a própria “produção doméstica” acaba sendo também normalizada, mesmo quando vai contra a lei e o bom senso mais elementar.
O problema básico da pornografia é que ela é fundamentalmente desordenada; é impossível haver “boa” pornografia. O ato sexual ordenado é um ato de união, de amor, dentro de um contexto de entrega mútua e completa intimidade. Já na pornografia é impossível haver tal entrega, e por definição – por ser ela fotografada ou filmada, e assistida em outro momento e lugar – nada há de íntimo. Quem se acostuma à pornografia acostuma-se a reduzir o ato sexual à sua mecânica. Sem amor. Sem intimidade. Sem que sequer se cogite de uma gravidez a não ser como um inconveniente, comparável ao de uma doença sexualmente transmissível.
Dizem que há sistemas religiosos em que o sexo só seria permitido para a procriação. Acho improvável, na medida em que na prática é impossível garantir que da relação venha uma criança, e quando a relação é ordenada ela em geral é prazerosa para ambos. Por outro lado, as tradições religiosas mais provadas pelo tempo costumam proibir que se impeça propositadamente a concepção; afinal, sendo o aparelho reprodutor feito para a reprodução, negá-la ativamente acaba sendo semelhante ao hábito dos romanos decadentes de comer lautamente e logo em seguida vomitar tudo para comer mais. Uma coisa desordenada. Em ambos os casos se nega o fim natural de algum ato de geração ou manutenção da vida, visando exclusivamente o prazer sensível que deveria servir apenas de “isca” para o ato.

O problema básico da pornografia é que ela é fundamentalmente desordenada; é impossível haver “boa” pornografia

Se não se quer ter filhos que não se tenha sexo, exatamente como quem quer emagrecer não pode se entupir de macarrão e pudim. A rainha anglo-saxã Etelfreda teria famosamente dito, para explicar a razão pela qual ela e o rei Etelredo, seu marido, pararam de ter relações após o difícil parto da princesa Elfuína (sou só eu que acho um barato esses nomes?), que “não fica bem para a filha de um rei entregar-se a um deleite que após algum tempo traz consequências tão doloridas”. Ou seja: no contexto adequado o sexo é um deleite, ainda que não se possa dizer o mesmo de um parto difícil, ainda por cima antes de inventarem a anestesia. Tal ato, contudo, sempre pode gerar uma nova vida, e realmente deve doer pacas parir uma pessoinha cabeçuda.
Há um ditado em economia segundo o qual “dinheiro ruim afasta dinheiro bom”: ninguém gasta ouro se puder pagar a compra com vale-transporte. O mesmo acontece em relação à pornografia e à sexualidade ordenada, que ela acaba substituindo. Pavlov, Skinner e o resto daquele pessoal já provaram que o ser humano é adestrável, e a pornografia é uma forma de adestramento. O espectador de pornografia é recompensado com o orgasmo e, ainda que o seco e triste orgasmo solitário deixe tudo a desejar em relação ao orgasmo amoroso de uma relação ordenada, a recompensa orgásmica repetida marca e faz com que se volte. E se volte. E se volte.
É muitíssimo mais fácil recorrer à pornografia a cada vez que a vontade aparece (e como aparece!) que realizar um ato sexual ordenado, para o qual se precisa de duas pessoas e de um compromisso.
55 viewsMarisol Gomes, 13:44
Aberto / Como
2022-07-25 16:44:16 Violência Sexual e Pornografia

A impressão que se tem ao ler as notícias é de que há uma epidemia de tarados por todo lado. De um anestesista tarado a estupradores de criancinhas, a coisa está bem feia. Seria possível atribuir a quantidade de notícias a um foco maior na questão dos abusos sexuais, coisa que de um certo modo é bom para fazer com que as vítimas potenciais tomem mais cuidado. Afinal, como nos alertou Soljenitsín, a linha que divide o bem e o mal passa por dentro de cada coração. Tarados não têm chifres ou pele escamosa, e podem ser encontrados por toda parte; melhor ficar esperto.
Mas há algo além do aumento do número de casos; as taras exibidas pelos criminosos sexuais têm se revelado cada vez mais retorcidas, mais perversas, mais distantes do mecanismo básico da conjunção sexual. O básico do básico do sexo é simples: a penetração genital e a ejaculação. É assim que se faz um bebê, e mal que bem é para fazer bebês que a gente tem esse mecanismo complicado todo. O tarado, no entanto, sai do básico. Só para começar, a função unitiva do ato – ou seja, o chamego, o amor, a troca de beijos – para ele é menos que irrelevante, podendo chegar a ser um empecilho. É por isso que um estuprador agarra uma mulher e a penetra à força; para alguém que não é tarado, a ideia de ter uma relação sexual na qual, em vez de se ser beijado e amado de volta, só se tem uma vítima desesperada para fugir dali parece um pesadelo. Já o estuprador gosta de não ser amado de volta. De não ser acarinhado. De meter medo.
Mesmo assim, o nível de tara ainda é relativamente baixo quando tal horror é cometido contra uma mulher em idade reprodutiva: o objeto da atração é correto, mas a relação entre sujeito e objeto é que é perversa. Já no caso de um sujeito que estupra criancinhas, até mesmo o objeto da atração é perverso. O mesmo ocorre no caso do anestesista tarado; poucas coisas seriam tão pouco semelhantes a um ato de amor que o estupro oral de uma mulher desacordada e em trabalho de parto(!). A boca da pobre vítima não deveria despertar desejos libidinosos em ninguém, como tampouco deveriam corpos pré-púberes ou animais.

As taras exibidas pelos criminosos sexuais têm se revelado cada vez mais retorcidas, mais perversas, mais distantes do mecanismo básico da conjunção sexual

Em outras palavras, mesmo se for uma maior consciência de tal mal que faça com que apenas pareça haver uma quantidade crescente de ataques sexuais, é inegável que os ataques têm se revelado cada vez mais perversos. Veja-se o caso do anestesista tarado, por exemplo: era um sujeito saudável, sem nenhuma deformação estética, marombado, ganhando bem... Não deveriam lhe faltar mulheres dispostas a ter um caso ou mesmo casar-se com ele. O interesse dele, todavia, era outro. Uma linda mulher apaixonada por ele, enchendo-o de beijos durante um ato de amor, não lhe parecia tão atraente quanto a boca de uma senhora desacordada e em trabalho de parto, numa sala de cirurgia, com um monte de gente vendo sem entender o que via. Como disse a sábia mãe de uma amiga acerca de uma revista feminina, é “um sexo complicado”.
De onde vem tal complicação? De onde surgem tais taras? O que é que deposita no cipoal que é a mente humana as sementes da perversão, e o que as rega e as torna enraizadas o suficiente para passar do delírio pervertido ao ato?
Creio que a explicação está diante de nossos olhos. Trata-se de uma mentalidade pornográfica, da mentalidade que é transmitida pela pornografia. Eu ficaria extremamente surpreso se o anestesista tarado não fosse viciado em pornografia, provavelmente assistindo todo dia a barbaridades sexuais filmadas e postas na rede ao alcance de todos. Do mesmo modo, é tão comum que estupradores de criancinhas fotografem e filmem as barbaridades que cometem – numa espécie de produção caseira do tipo de conteúdo pornográfico que apreciam – que a primeira coisa que um investigador faz é procurar no celular do suspeito provas contra ele. Que em geral encontra.

VEJA TAMBÉM:

Julgando vítimas

Os lobos e o Mickey

O não e o talvez
58 viewsMarisol Gomes, 13:44
Aberto / Como
2022-07-25 15:25:03 Ó só que fofo:

https://www.correiobraziliense.com.br/politica/2022/07/5024365-adelio-bispo-autor-de-facada-em-bolsonaro-pode-ganhar-liberdade.html
65 views12:25
Aberto / Como
2022-07-20 16:45:26 O Facebook, a incrível máquina virtual de ordenha de informações pessoais construída pelo brilhante, porém inescrupuloso, Sr. Zuckerberg, deu-me por estes dias ocasião e tempo livre para pensar: ganhei uma suspensão de sete dias, quase imediatamente seguida de outra de um mês (que acaba dia 8/10/2017; provavelmente depois eles devem acabar me expulsando), incluindo não apenas a proibição de postar no Facebook, mas também a de responder a mensagens no Messenger. Não sei se ela afetaria também uma conta de WhatsApp, programa do mesmo dono, ainda que não do mesmo “ambiente”, pois este eu não tenho.
Na minha coluna da Gazeta de semana passada eu escrevi sobre a difícil navegação de tabus e proibições de outra cultura, inerentes ao desenho do Facebook. Para um americano, suas regras devem fazer sentido. Para um brasileiro, que não está acostumado com palavras-tabu, proibições independentes de contexto e outras formas irracionais de pensamento pseudo-moral, as punições do Facebook parecem ser completamente arbitrárias. E, de uma certa forma, elas o são: são fruto de uma cultura que, como disse Chesterton, substitui a moral — que é necessariamente racional — por tabus irracionais de uma determinada tribo. Para quem não é da tribo, nada parece unir os tabuísmos se não a ação determinada dos que tentam fazê-los valer.

https://carlosramalhete.medium.com/cidadania-virtual-434f13a75822
137 views13:45
Aberto / Como
2022-07-20 01:55:43
150 views22:55
Aberto / Como
2022-07-20 01:50:46 Já para todos nós outros, como dizem os chineses, temos que encetar relações do tipo “ganha-ganha”, sem soma zero, sem pátrias boçais ou mátrias sufocantes. Frátrias, em suma, em que os hormônios duns possam completar e ser completados com os hormônios doutros e, juntos, possamos trabalhar, aprender, amar, criar nossos filhos e, quem sabe, um dia carregar no colo nossos netinhos. Afinal, é pra isso – não para política ou politicagens – que foram criados esses hormônios todos.

Escrito em 26 de maio de 2022.
144 views22:50
Aberto / Como
2022-07-20 01:50:46 A desindustrialização americana, que exportou para a China a produção (logo os empregos), criou uma situação em que os contratos precários de trabalho no setor de serviços substituíram os empregos estáveis em linhas de montagem. Já aqui no Brasil passamos pelo processo oposto a partir dos governos militares, cuja política desenvolvimentista levou ao aumento de vagas de trabalho estáveis na indústria e fez surgir tanto o Lula (que só está na esquerda por ter sido entronizado por ela) quanto o eleitorado do Bolsonaro.
No Brasil é apenas uma estreitíssima fatia da população que se encontra na situação do eleitorado esquerdista americano, cujo crescimento levou o Partido Democrata (lar da esquerda gringa) a sabotar a candidatura interna do socialista radical Bernie Sanders. “Esquerda sim, mas nem tanto”, parece ser a escolha dos figurões do partido, que hoje permite e explora um grupinho de parlamentares esquerdistas radicais vociferantes ao mesmo tempo em que impede qualquer avanço da extrema-esquerda interna em eleições majoritárias.
A estabilidade estamental brasileira, que mesmo permitindo flutuações sociais as restringe a margens relativamente amplas, somada à férrea legislação trabalhista (uma mãe para o empregado, uma madrasta para o desempregado), tende a demandar da população muito mais que um sistema como o americano, em que ninguém morre de fome mas é possível mudar de classe. O trabalhador brasileiro tem ao mesmo tempo a segurança negativa de que dificilmente mudará de classe (nem para melhor nem para pior) e a positiva de que alguns de seus direitos fundamentais (escola para os filhos, hospitais públicos, estabilidade no emprego proporcional ao tempo de casa) são inalienáveis. Com isso, acabam sendo relativamente raros os casos de miséria total, o que opera a favor de uma visão de mundo de direita. Não há grandes “buracos” na rede de proteção para quem está empregado, ainda que o mercado de trabalho demande grande esforço para obtenção de emprego.
Já nos EUA é o oposto; é facílimo conseguir um emprego e perfeitamente possível viver sem trabalhar, mas ai de quem precisar de uma ambulância. Um milionário pode tornar-se miserável e (reza a lenda) um pobretão milionário. É uma instabilidade essencial que era mantida em cheque pela situação dos operários especializados, em muito semelhante à de qualquer pessoa com carteira assinada no Brasil; com o quase-desaparecimento dessa classe a esquerda tomou a frente por lá, ao menos em meio à juventude.
Um apresentador de TV de direita americano sugeriu a aplicação de raios infravermelhos na região genital masculina como modo de aumentar a produção de testosterona e assim “converter” os esquerdistas. Não boto muita fé no negócio, na medida em que o problema, como se diz, é “mais embaixo”. Prefiro a sagaz observação do poeta, segunda qual “não tenho pátria; tenho mátria e quero frátria”. Nem a direita individualista nem a esquerda coletivista atendem ao que pede o gênero humano. O Estado não pode ser nem mãe nem madrasta, nem pai nem padrasto, pela simples razão de não sermos mais crianças. As crianças competem aos cuidados da família, e uma família deve sempre não apenas se conhecer intimamente como se amar, o que simplesmente não é possível na escala multitudinária em que opera o Estado. Entre cada família e o Estado deve haver quase-infinitos graus intermediários, uniões de todos os tipos que protejam os menores dos maiores e o Estado da ditadura da maioria.
Houvesse apenas a escolha entre direita e esquerda, ela só poderia ser “vencida” pela pequeníssima diferença entre o número de mulheres e de homens, e isso só traria sofrimento ao perdedor. Ora, numa sociedade que opere direitinho não deve haver perdedores que não os elementos antissociais que buscam apenas o próprio interesse, em detrimento de todos. Para eles, ter o mesmo que os demais, poder fazer apenas o que fazem os demais, é o que configuraria a bem-vinda “derrota”.
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Aberto / Como
2022-07-20 01:50:46 O mesmo se pode dizer do casal Suplicy, da Dilma e até – a seu modo vegano que nos faz crer ser antes um broto dum Ent do Senhor dos Anéis que um ser humano respirante e deambulante – de Marina Silva. Já o Lula tem testosterona pra dar e vender, como se comprova pelo interesse do molusco em questão no decote da noiva em seu recente casamento. Fidel, Che Guevara, Hugo Chávez e os próprios padroeiros Mao, Lênin e Stálin, do mesmo modo, não pareciam em nada com os rapazinhos magricelas que fazem bambolê e se consideram “feministos”.
Dada a visão de mundo coletivista da esquerda, é até mesmo possível aventar a hipótese de o líder máximo ser o “macho da casa”, com as vastas multidões exercendo – como apontou um certo cabo austríaco – um papel essencialmente feminino. Veja bem o paciente leitor que não se trata de nenhuma suposta passividade feminina, mesmo porque – ao menos no meu entendimento e experiência – mulheres dificilmente são passivas. É o contrário: trata-se duma exploração da incessante demanda de proteção que o sexo feminino equala a carinho, percebe como prova cabal de amor. As massas de mulheres e de homens de pouca testosterona demandam que o “homem da casa” aja, e aja logo, para que continuem a lhe devotar seu amor. Daí o Estado de Bem-Estar Social e suas benesses caríssimas e obrigatórias; daí os discursos absurdamente longos em que os Fidéis da vida “discutiam a relação”, prestando contas das ações de “proteção” com que sufocavam a economia e lentamente matavam de fome a população dos países em suas garras.
Do outro lado, a identificação da direita com o próprio Estado – que dele não espera que lhe sirva de “esposo”, sim que seja uma versão ampliada de si mesmo, boçal e preguiçoso – faz com que seja muito popular por aquelas bandas qualquer medida em que os problemas sejam supostamente resolvidos na borracha e na bolacha. Foi assim que o policiamento ostensivo passou de medida de esquerda (“vamos proteger a pobre populaçãozinha indefesa”) às graças da direita, que percebe o policial como um “macho de verdade” a rondar em busca de confusão. O mesmo vale, claro, quando passamos da política interna à externa, para as guerras de agressão. Não creio que alguém duvide da presença de testosterona em quantidade suficiente para matar um cavalo no sangue do Putin, por exemplo.
É até curioso observar, ainda na mesma linha, como vêm se tornando cada vez mais populares em suas hostes as líderes direitistas de bela aparência. O espaço em que antes só entravam mulheres feias-porém-eficientes, como a finada baronesa Thatcher, vem se abrindo a beldades como Marion Maréchal Le Pen (que se prepara para suceder a tia Marine Le Pen, de beleza já fanada pelos anos), Ayelet Shaked, Frauke Petry, Priti Patel e tantas outras. A atração exercida por tais candidatas sobre eleitores exsudando testosterona pode explicar uma pequena parcela de seu sucesso; mais exatamente a probabilidade de que numa escolha entre uma delas e um candidato do sexo masculino com exatamente as mesmas propostas elas venham a predominar. Afinal, convenhamos; se o eleitorado masculino de ideologia contrária apresenta algum déficit em testosterona, não há de ser a beleza das moças que o atrairá para o campo oposto. Ao contrário, até: apavorado, ele quererá que o “macho da casa” da esquerda o livre daquela assustadora feminilidade agressiva. Atendendo ao chamado de socorro, não creio que o Lula viesse a ter medo de alguma delas. Ao contrário, aliás. Se não fosse o fato de sua descoberta pela esquerda no fim do governo militar e sua elevação a Messias do Proletariado , o Lula provavelmente estaria com a vasta maioria de seus antigos colegas de trabalho na base eleitoral da direita.
Nos Estados Unidos, aliás, o crescimento da esquerda é em grande medida devido à diminuição exatamente da classe de que fugazmente fez parte o nefando eneadáctilo: a classe média de colarinho azul dos trabalhadores industriais especializados.
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