2022-05-26 05:30:38
Democracia ou Usurocracia?
Por: Jesus J. Sebastião
"A usura é o câncer do mundo", escreveu um homem louco, mas ideologicamente perigoso e politicamente são, chamado Ezra Pound.
A usura ou juros excessivos que são cobrados por dinheiro ou gênero no contrato de empréstimo mútuo é uma invenção do capitalismo. É algo totalmente imoral se analisarmos sua origem, derivada da "ganância de interesse" de uma minoria poderosa que, longe de qualquer disposição ética ou espiritual, e como consequência da progressiva decomposição e corrupção da burguesia, recai de forma retumbante sobre dos povos, dos trabalhadores, dos povos criadores não só dos valores imutáveis, mas também das riquezas do país.
Duas expressões, que produzem um fascínio quase mágico nos meios econômicos e financeiros, constituem o que se convencionou chamar de “Internacional de Ouro”. Por um lado, como fenômeno do poder mundial do dinheiro, como as grandes forças financeiras internacionais que reinam sobre os direitos inalienáveis de autodeterminação e autoexploração dos povos. De outro, como uma "disposição do espírito" para o material, levando o desejo de lucro, a lei da competitividade e o instinto aquisitivo ao culto místico popular.
A luta contra a usura ou juros não é nova na história da humanidade. Assim, a "lei seisajteia" (liberação de encargos) do Sólon ateniense, a "lex Gemicia" que proibia os cidadãos romanos de cobrar juros, a proibição promulgada por Justiniano, que não permitia continuar a exigir juros quando os atrasos ultrapassavam o montante do capital originalmente emprestado.
Mas foi o cristianismo que censurou fortemente a usura. Sob o imperador Constantino, os usurários podiam incorrer em penas de morte. O Papa Leão I o Grande proibiu os juros — proibição até então reservada aos clérigos — como parte do cumprimento obrigatório do direito canônico, prescritivo também para os leigos, embebendo com seu exemplo a legislação laica que na Alemanha veio a proibir o empréstimo a juros sob pena de morte. O próprio Estado alemão, mais recentemente, substituiu o «padrão-ouro» pelo «padrão da riqueza» para quebrar a servidão dos juros monetários. Ele não entendeu.
É claro que tais leis eram frequentemente burladas, especialmente porque enquanto os cristãos eram proibidos de exercer a usura, era permitido aos cidadãos da religião judaica, diante da rejeição popular que via nelas "o intermediário entre o erário e a vítima, tomando dinheiro dos de baixo para dar a reis e poderosos”, avalia Michelet.
Já em 1789, a Revolução Francesa consagra legalmente o empréstimo com juros com o seu triunfo e durante a segunda metade do século XIX todas as limitações às operações com juros e todas as proibições foram abolidas: assim, em 1854 na Inglaterra; em 1856, na Bélgica; em 1868, na Áustria, e um longo etc. [...] ...
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Fonte: El Manifiesto- https://elmanifiesto.com/tribuna/3459/democracia-o-usurocracia.html
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