2022-03-01 19:59:58
Galera, voltei!
Espirometria é um assunto muito corriqueiro nas provas de residência de SP.
Habitualmente nos deparamos com o padrão obstrutivo (clássico da asma e do DPOC) caracterizado por relação VEF1/CVF < 0,7 (ou menor que o LIN, quando ele é apresentado, vai ser o nosso valor de referência principal).
No entanto, eventualmente vamos nos deparar com quadros compatíveis com doença restritiva. Por isso, precisamos ter uma alta suspeição clínica e saber o que nos espera na espirometria para não comer bola.
Qualquer processo que interfira com a ação de expansão dos pulmões ou da parede torácica pode ser considerada uma condição restritiva. Diferente da obstrução na qual a limitação ao fluxo é o problema primário, a restrição resulta em volumes pulmonares reduzidos.
A perda de volume pulmonar pode ocorrer quando o parênquima pulmonar é deslocado (tumores, derrames pleurais) ou removido (ressecção). Mas talvez a causa mais comum seja a alteração do próprio tecido pulmonar que ocorre em doenças que causam fibrose ou infiltram os tecidos (é o caso da nossa paciente, com quadro provável de esclerose sistêmica). Asbestose, silicose e numerosas outras doenças fibrosantes são caracterizadas por redução dos volumes pulmonares, o que também ocorre em doenças inflamatórias difusas.
Afecções que afetam a parede torácica ou os músculos respiratórios também comumente resultam em restrição. Exemplos incluem doenças neuromusculares tais como miastenia gravis, ou anormalidades de desenvolvimento tais como cifoescoliose.
Restrição também é um achado em condições não pulmonares tais como obesidade ou gravidez, porém muitos obesos, mesmo mórbidos, têm volumes pulmonares na faixa prevista.
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