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As alegriazinhas de cada um de nós Dos tantos desafios que | A ocasião faz o escritor - Olimpíada de Língua Portuguesa

As alegriazinhas de cada um de nós

Dos tantos desafios que vocês devem ter enfrentado no ensino do gênero Crônica em sala de aula, um deles talvez tenha sido levar os alunos e as alunas a colocarem no papel seu ponto de vista sensível sobre o mundo - não porque eles não tenham, mas porque eles podem sentir que suas visões não importam. Por isso, é essencial valorizar as experiências e perspectivas dos/das estudantes, inclusive mostrando como coisas especiais de suas vidas podem entrar na crônica. É o que faz José Falero na crônica “Alegrias”, após relatar uma experiência em que quase foi assassinado, evidenciando como passou a dar ainda mais valor à vida em suas miudezas:

“(...) E, depois de sair ileso daquela lanchonete, me atrevi a perguntar a mim mesmo: só mais uma chance para quê? Qual era, afinal, esse meu objetivo tão precioso, que me levava a considerar inaceitável o fim? O que, afinal, me fazia tão apegado à existência, por mais dura que fosse?

Com surpresa, notei que muitas coisas podiam responder a essa pergunta. E, com mais surpresa ainda, percebi que nem uma dessas coisas era grandiosa. O sorriso da minha mãe no meio da maior adversidade. O vento fresco no meio da tarde mais quente. A conversa leve no meio do trabalho mais pesado. O pão sem nada no meio da maior fome. A marquise oportuna no meio da maior chuva. O carinho no cachorro no meio da maior desesperança.

Alegrias. Alegrias simples. Alegriazinhas bestas.”

Será que seus alunos e alunas já não trouxeram nas crônicas suas “alegriazinhas bestas” também, ou seja, o que lhes acalenta o coração, desperta o interesse ou os motiva em algum aspecto da vida? Ou alguma situação que mudou por completo a visão deles? Se sim, a questão é avaliar o quanto, a partir dessa dimensão pessoal, eles estão também descortinando um olhar que pode se estender a outras pessoas e situações, afinal, suas “alegriazinhas bestas” podem tocar muita gente, como é o caso da crônica de Falero.

Que tal convidar a turma a fazer o exercício de procurar nos textos produzidos ao longo desses meses a particularidade do olhar de cada um? Quais seriam as “alegriazinhas” reveladas em cada crônica? Assim eles poderão apreciar e reconhecer o percurso trilhado durante este ano.

Para ler a crônica “Alegrias”, de José Falero, acesse o portal da Olimpíada de Língua Portuguesa. Caso queira saber mais sobre o autor, leia sua entrevista à revista Trip.

Para aprofundar-se no gênero Crônica e conhecer outras obras, (re)visite o Caderno Docente A ocasião faz o escritor, produzido pela Olimpíada de Língua Portuguesa.

Saiba mais sobre a 7ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa.