2022-08-02 12:36:30
Amores, td bem?
ontem publiquei umas tirinhas de uma autora que relata histórias com sua mãe tóxica. De vez em quando traduzo algumas coisas dela. No post de ontem, ela relata uma vivência que teve na escola em que deixou escapar o xixi na sala de aula e fica morrendo de medo da reação da mãe.
Quis chamar atenção para o tipo de relação que criamos com nossos filhos quando damos bronca na hora que eles erram. O quanto isso faz eles temerem a gente quando estão passando por algum apuro.
Imagine a dor dessa adolescente de passar vergonha com a situação de fazer xixi em sala de aula, com certeza se sentir super mal consigo mesma, reconhecer que fez algo errado (no caso de ela ter tido dificuldade de pedir para ir ao banheiro, mas ela tb pode ter sido vítima das normas da escola, já que sabemos que muitas impedem os alunos de irem ao banheiro durante a aula), e saber que não pode contar com a mãe para apoiá-la, acreditar que a mãe vai ser MAIS UMA FONTE DE ESTRESSE OU DOR.
Essa é a maior ferida em situações assim. Não poder contar com os pais. Não ter pais que se interessem pela nossa dor (isso é uma das coisas que acontece) ou ter pais que adicionem mais dor (inclusive como forma de “educar”).
É uma lógica da educação tradicional, de acreditar que a criança aprende ATRAVÉS DA DOR, que é dessa forma que ela se sente estimulada a agir de forma adequada, que se não houver essa ameaça, ela vai continuar agindo “mal”.
No entanto, que tipo de relação estamos gerando com nossos filhos quando agimos assim? Eles sentem que podem contar com a gente? Eles vão nos procurar quando estiverem em apuros ou vão fugir, tentar se esconder, aprender a mentir para nós?
O quanto os deixamos DESAMPARADOS EMOCIONALMENTE quando optamos por essas estratégias?
Já refletiram sobre isso? Conseguem imaginar a dor dessa criança que, além de ter passado pelo aperto da situação traumatizante, ainda ouve sermão dos pais?
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