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Para os EUA também não faz o menor sentido dar fim a esse conf | Canal ARTE DA GUERRA

Para os EUA também não faz o menor sentido dar fim a esse conflito por enquanto.

O objetivo primário dos EUA é enfraquecer a Rússia e tornar a sua inevitável conquista (mesmo que parcial) da Ucrânia uma vitória pírrica. Isso não está nem perto de acontecer.

A economia russa está resistindo bem aos golpes ocidentais e os russos estão conseguindo conduzir a operação na Ucrânia com uma aplicação mínima do PIB. Longe de estar isolada, a Rússia fortaleceu seus laços com a China, a Índia, o Irã e vários países da África, além de estar acirrando contradições nas organizações, alianças e parcerias internacionais, levando boa parte do Sul Global a se afastar dos EUA.

A popularidade de Putin não caiu, aumentou. E o sistema político russo continua se reformando no sentido de um nível maior de consolidação da linha patriótica e multipolarista.

Entram em questão, portanto, as medidas terroristas, como a destruição do NordStream, da Represa de Nova Khakovka, tentativas de destruir a Ponte de Kerch, ameaças à Usina Nuclear de Zaporizhia, fornecimento de munições de urânio empobrecido e de bombas de fragmentação, além de outras táticas que demonstram uma intenção específica de destruir o potencial econômico futuro da Ucrânia, reduzir o seu potencial demográfico, prejudicar as contas da Previdência russa, etc. Os EUA estão apenas começando nessa política de "terra arrasada".

E o NordStream nos leva a um outro motivo pelo qual os EUA não têm interesse em dar fim a esse conflito: ele está sendo economicamente vantajoso para certas elites ianques. A guerra está desindustrializando a Europa, com a transferência de várias empresas para os EUA. O continente europeu também aumentou a sua dependência em relação a fornecimentos de gás dos EUA, mesmo ele sendo mais caro por ser GNL.

Poderíamos falar, ainda, nas vantagens para o complexo militar-industrial, que ao se livrar de estoque antigo e ainda descredibilizar material bélico europeu (como o Leopard), visam aumentar as próprias encomendas tanto na América do Norte como no próprio mercado europeu, outrora fechado.

Em outras palavras, as partes não têm interesse no fim do conflito nesse momento, como o próprio presidente Lula finalmente reconheceu. Os entusiastas da geopolítica não devem, portanto, acreditar em narrativas que vendem uma paz iminente porque tudo ainda indica que esse conflito durará anos.

Quem está interessado em um fim rápido do conflito deve fazer lóbi pelo fim de remessas de armas para a Ucrânia, bem como para o estabelecimento de um cordão de segurança nas fronteiras russas (para lá do território já reintegrado). Por enquanto só a China propôs algo nesse sentido, bem como os países que apoiaram a sua proposta de paz.