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#análiseações BTG | Análise de Ações

Radar Diário de Ações | 07/06/23

Alimentos & Bebidas
JBS (JBSS3); COMPRA; Preço-alvo R$ 35,00


Ótima empresa, ainda desafiando o momento de curto prazo

Realizamos uma reunião com a administração da JBS, representada por Guilherme Cavalcanti (CFO), Christiane Assis (RI) e Pedro Bueno (RI), na qual tivemos a oportunidade de abordar muitos dos principais drivers da empresa. Isso incluiu restrições operacionais em certas unidades de negócio, ciclos de commodities, prioridades de alocação de capital e listagem nos EUA. Nossa sensação é de que os resultados chegaram ao fundo do poço no primeiro trimestre e as margens devem começar a se recuperar. Ainda não há nada específicos que devam levar as margens consolidadas de volta aos níveis históricos, o que acreditamos que pode limitar os triggers para as ações de alguma forma por enquanto. Dito isso, não vemos apenas a JBS ostentando um balanço forte para navegar bem nesse ambiente, como a simples normalização das margens em algumas de suas divisões de negócio já no próximo ano deve se traduzir em uma história de yield de caixa de dois dígitos e logo resultar em uma boa tese de carrego, mesmo antes de ocorrer qualquer expansão de múltiplos.

As restrições operacionais da carne bovina nos EUA e Seara foram resolvidas

Os resultados da JBS no 1T23 foram fracos e, além dos ciclos de proteína (mais sobre isso abaixo), refletiram algumas restrições bottom up que fizeram com que a JBS tivesse um desempenho inferior ao de seus pares. No segmento de carne bovina, o baixo desempenho parece estar relacionado principalmente aos contratos futuros de venda, que resultaram em margens menores em relação ao mercado, principalmente quando os spreads de carne/boi apertaram no final do ano passado. Quanto à Seara, a maioria das ineficiências parece estar associada a práticas de manejo de aves. A administração enfatizou que ambas as questões já foram resolvidas e, à medida que a carteira de contratos de carne bovina EUA for eliminada e as melhorias fluírem pela cadeia produtiva da Seara, a JBS deve conseguir recuperar os 2-3p.p. que perdeu de margem que estavam presente nessas divisões no primeiro trimestre.

Algumas tendências de melhoria do ciclo da proteína; Diversificação para eventualmente compensar

A principal razão pela qual acreditamos que os resultados recentes não refletem o poder de lucro da JBS é que, como os ciclos de proteína viraram para baixo em praticamente todos os lugares, mesmo sua diversificação não produziu os resultados esperados. A execução aprimorada em certas divisões e as tendências do ciclo de proteína mais favoráveis devem permitir que os resultados se recuperem das mínimas recentes, mas ainda não parece haver nada que faça as margens atingirem o nível normalizado em uma base consolidada tão cedo. No segmento de carne bovina dos EUA, a desaceleração do ciclo em curso deve manter as margens sob pressão para este ano e para o próximo – esperamos margens baixas um dígito no nível do EBITDA. PPC e Seara estão se recuperando, mas a ampla oferta de aves continua dificultando a recuperação dos preços e impedindo a melhores das margens, enquanto o impacto dos custos mais baixos dos grãos deve ser mais proeminente durante o 2S23. No segmento de suínos dos EUA, acreditamos que a recuperação pode demorar mais devido ao excesso de oferta de animais que continua prejudicando as operações verticalizadas da JBS no país, mas há anúncios sugerindo que alguns concorrentes podem começar a racionalizar o fornecimento. A JBS Brasil e a Austrália parecem estar prestes a se beneficiar da melhora na oferta de gado, bem como da menor presença dos EUA nos mercados globais.

Disciplina de alocação de capital em vigor; breakeven de geração de caixa bem ao alcance

Em 2019, a JBS implementou uma política de gestão de liquidez, que visava manter o índice de alavancagem da empresa entre 2-3x. Se a alavancagem ultrapassasse 3,75x, a JBS não pagaria dividendos extraordinários. A política também definiu um limite máximo de alavancagem de 4,25x.