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Como a Revolução Cubana resgatou uma estratégia revolucionária | Rondó da Liberdade

Como a Revolução Cubana resgatou uma estratégia revolucionária no mundo?

“Stalin e seus aliados assumem o controle político sobre a Internacional Comunista (IC) a partir de 1929. Mesmo antes de controlar totalmente a IC, a linha predominante já começava a ressaltar que a defesa da URSS era o elemento prioritário que deveria subordinar qualquer outra questão na formulação estratégica. Contudo, a partir da hegemonia de Stalin, esse processo será acelerado a ponto de submeter completamente as concepções da IC aos interesses geopolíticos da União Soviética”.

“Se os interesses do Estado soviético estivessem em contradição com os interesses da revolução mundial, os primeiros tinham que prevalecer. O dever principal do comunista deixava de ser fazer a revolução e passava a ser defender a URSS. (…) qualquer avanço revolucionário em um país passaria a ser avaliado por seus impactos diplomáticos, geopolítico e até mesmo militar”.

“No XX Congresso do PCUS, logo após a morte de Stalin, é apresentada, com toda a solenidade do evento e importância do proponente, a tese da ‘Transição Pacifica para o Socialismo’, que se converte em linha política (…) O impacto de tal formulação será gigantesco. Ele antecede a década de 60, marcada por tantos conflitos sociais que desaguaram em confrontos armados. E, o mais importante, ele potencializa, com o histórico de desvios anteriores narrados, um verdadeiro salto de qualidade em direção ao reformismo e, por consequência um abandono frontal aos pressupostos fundamentais do marxismo-leninismo. Abandono que será consumado anos mais tarde com o eurocomunismo”.

“A onda mundial causada pela Revolução Cubana para além do exemplo da possibilidade e vigência do triunfo revolucionário, desmonta o castelo de cartas das concepções reformistas e aniquila as ilusões com a estratégia de ‘transição pacífica ao socialismo’”.

“No início de 1962 realizou-se em Cuba, uma grande Assembleia Internacional que aprovou a II Declaração de Havana. Ela passaria a influenciar o programa de várias organizações revolucionárias latino-americanas. O documento afirmava:
‘O dever de todo revolucionário é fazer a revolução. Sabe-se que a revolução vencerá na América latina (...) mas não cabe aos revolucionários sentar-se à porta de sua casa para ver passar o cadáver do imperialismo’. Numa clara contestação a estratégia da ‘transição pacífica ao socialismo’ dizia: ‘não é justo enganar os povos com a vã ilusão de que é possível desalojar as classes dominantes por vias legais que não existem nem existirão’”.

“Compreender isso, nos revela a importância de Carlos Marighella propor que na construção da Ação Libertadora Nacional – ALN, o dever do revolucionário era fazer a revolução”. Ele se baseava nesse documento, e nas resoluções da OLAS, realizada em Cuba em 1967.

“As resoluções da OLAS apresentaram uma clara crítica ao reformismo e ao desenvolvimentismo. E, o mais importante, a concepção estratégica aprovada recuperava os princípios marxista-leninistas: a inevitabilidade da revolução, a consequente ruptura e conquista do Estado, a imprescindibilidade do Partido, enquanto organização de vanguarda e o papel histórico da classe operária na revolução”.

“Nada mais contundente que a resposta de Fidel no discurso de encerramento da OLAS: ‘Se desejamos expressar nosso pensamento, o pensamento de nosso Partido e de nosso povo, ninguém tenha ilusões de que conquistará o poder pacificamente em nenhum país desse continente, ninguém crie ilusões: e quem pretenda dizer às massas semelhante coisa, as estará enganando miseravelmente. (...)”. Todos os trechos foram retirados de “O Leito Histórico da Esquerda Revolucionária
Latino Americana é Marxista-Leninista!”, Ricardo Gebrim, 2020.