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[Hoje na história - Em 3º de maio de 1995, petroleiros realiza | Rondó da Liberdade

[Hoje na história - Em 3º de maio de 1995, petroleiros realizam greve histórica contra as privatizações e o avanço do neoliberalismo do governo Fernando Henrique Cardoso(PSDB)]

Como tudo começou?

Em 03 de maio de 1995, frente ao avanço da agenda neoliberal e do processo de quebra do monopólio estatal do petróleo, os petroleiros se somaram à greve unificada de categorias do setor público. A repressão foi intensa. Em 11 de maio foi divulgada uma lista com 25 demitidos, encabeçada pelo então coordenador da FUP. No dia 24, o Exército ocupou as refinarias no Paraná (REPAR), Paulínia(REPLAN), Mauá (RECAP) e São José dos Campos (REVAP). No dia seguinte, os petroleiros receberam seus contracheques zerados. A greve durou 32 dias, mas acabou derrotada. Em novembro de 1997 seria promulgada a emenda constitucional n° 9/1995, que acabou com o monopólio estatal do petróleo. O fim do monopólio só seria efetivamente estabelecido em 1997, com a regulamentação da abertura do mercado e a criação da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Quais as consequências do fim da greve?

Cerca de 2 anos depois, em 06 de maio de 1997 foi realizado o leilão do controle acionário da Companhia Vale do Rio Doce. A estatal foi arrematada por R$ 3,3 bilhões pelo Consórcio Brasil, liderado pelo grupo Vicunha, que cinco anos antes havia adquirido a estatal Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). A Vale era, então, a maior exportadora de minério de ferro do mundo. Ainda em 1997 também houve a privatização do sistema Telebrás.

Passados cerca de 25 anos, essas são hoje as duas mais importantes empresas do Brasil, remunerando muito bem os seus acionistas às custas do patrimônio natural brasileiro. Em 2021, essas duas empresas distribuiram mais dividendos que todas as demais empresas listadas na B3 somadas. Além disso, com o aprofundamento da agenda neoliberal expresso na política de preços da Petrobrás e nos desastres causados pelo Vale em Brumadinho e Mariana, tais empresas tem ampliado os proventos distribuídos para os acionistas às custas das classes populares, que amargam os altos preços dos combustíveis e a destruição causada pela mineração.

Quem se beneficiou com as privatizações?

Conforme levantamento feito pelo Valor com as 50 maiores companhias da B3, em 2021 houve um aumento de 179% nos proventos distribuidos em comparação com 2020. O aumento é puxado por Vale e Petrobrás, que sozinhas respondem por quase 60% dos R$ 280,7 bilhões de dividendos distribuidos. A petrolífera pagou R$ 101,4 bilhões em proventos, enquanto a mineradora destinou R$ 61,7 bilhões aos acionistas, somando R$ 163 bilhões. A quem, além dos poquissimos individuos que detém ações dessas empresas, interessa privatizar os ganhos resultantes da exploração do patrimônio nacional por essas duas grandes empresas constituidas pelo Estado e pelo povo brasileiro? O petróleo e as riquezas minerais do Brasil são do povo brasileiro! @rondodaliberdade