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Já rapaz, o neto de Zilda morreu num acidente de carro. Zilda | Rondó da Liberdade

Já rapaz, o neto de Zilda morreu num acidente de carro.

Zilda sobreviveu às dores. Nunca mais pertenceu a partido algum. “Minhas organizações foram duas, o PCB e a ALN”, costumava me dizer.

Como escrevi em livro, se informação equivale a poder, Zilda foi um dos três dirigentes mais poderosos da ALN, junto com Marighella e o jornalista Joaquim Câmara Ferreira.

A vida vai passar, não sei se chegarei aos 90 anos da Zilda. Mas sei que não esquecerei a generosidade dela. Não me conhecia, mas me recebeu de braços abertos para contar sua história e as histórias de tanta gente. Em troca de nada, sem nem ao menos perguntar o que eu pensava dela, de suas ideias e de suas devoções. Minha gratidão eterna, Zilda.

Não é preciso concordar com Zilda ou discordar dela para admirar a dignidade com que foi à luta. De família pobre, estudou até o equivalente hoje ao quinto ano do ensino fundamental. Compensou a escassa formação com suas virtudes de inteligência, intuição e destemor.

Comovido com a coragem da mãe na cadeia, Iuri lhe remeteu uma carta: “Não nos dizemos adeus porque em verdade, estando integrados em uma luta assim, por mais distantes que estivermos, estaremos ombro a ombro sempre. E aconteça o que acontecer, todo ato que um realize será também a ação do outro. […] Um beijo do companheiro-filho (filho-companheiro) à companheira-mãe (mãe-companheira)”.”