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A IMPRENSA E O PL DA CENSURA Há um sentimento misto e difuso | Renan Santos MBL

A IMPRENSA E O PL DA CENSURA

Há um sentimento misto e difuso sobre o PL da Censura dentro das grandes redações. O apoio inicial, motivado pelo financiamento dos grandes jornalões quebrados, foi se transformando em estranha desconfiança tão logo o STF tomou as rédeas do processo.

Não se trata mais de um “projeto debatido na Câmara”. A atuação do ministro Alexandre e da trinca de ases Dino/PGR/Lira demonstra uma articulação profunda e nada republicana para enfiar goela abaixo da população uma regulamentação draconiana, sem debate algum, com fins políticos e eleitorais.

As motivações, verdade seja dita, não importam para as redações. Elas, via de regra, concordam com um controle estrito sobre as opiniões indesejadas da direita. O problema, entretanto, são os meios pelos quais a imposição da legislação vem se dando.

Comecemos pelo inquérito de Xandão. Para o jornalismo profissional, ele era justificável diante da tentativa de golpe de Bolsonaro. Agora, entretanto, sua defesa se torna complicada. Mesmo a Folha de SP se pronunciou sobre o aberrante despacho do ministro no caso do Telegram. Não haviam dispositivos legais, fontes do direito, nada. A própria comunidade jurídica, lar de vaidosos e prepotentes, tirou o pé das investidas de Xandão. Ele falou que era “fake news” e saiu punindo a torto e a direito, tal qual um…. déspota?!

Além disso, a estranha simbiose entre o ministro do STF e os “validadores da verdade estabelecida” no grande debate — Felipe Neto, Reinaldo Azevedo e Sleeping Giants — provoca comichões nessa turma. O consenso que a imprensa deseja, “emergindo” de suas matérias e checagens, agora é marmita delivery produzida no Twitter por aliados do presidente, que por sinal, são curiosamente aliados, também, dos Ministros do STF.

Some a tudo o fato de que Alexandre possui linguagem repressora e comportamento imperial, característicos de um homem oriundo da direita (sim, amigos, lidem com isso), muito distante da malemolência de um Barroso que tanto adoram. Seus instintos mais primitivos são acionados pela obvia escalada autoritária do ministro, mas o superestrato racional que conduz seu ofício lhes impede, ainda, de denunciar o que já é óbvio.

Como já venho falando há mais de uma semana, CENSURA É UM PROCESSO. Ela acontece, se repete, choca, e pouco se justifica; desgasta, dia a dia, o censor, que precisa de instrumentos políticos e jurídicos novos a cada “transgressão” do censurado. E aí, amigos, fica difícil defender. Ainda mais quando se trata de jornalistas, casta de escribas que se considera patrimônio cultural do país, baluarte da democracia.

Essa galera não vai querer carregar o estigma de parceiros e APOLOGISTAS de um regime semi-chinês por aqui. Fica feio. Mas não adianta chorar, pois é disso que se trata. E por isso vemos, aqui e acolá, um desconforto que se tornará um incômodo e, daqui um tempo, uma oposição aberta por parte de muito jornalista grande e veículo sério. Aguarde e verá.

Ah, esqueci, isso não inclui a Globo.

A Globo não tem salvação.

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