2022-04-29 16:46:25
O site Orkut.com surpreendeu todos com a reativação de seu domínio. Seu criador, Orkut Büyükkökten, deixou uma mensagem na tela inicial.
Podemos extrair algumas impressões do texto publicado no Orkut - e elas não são nada boas. Para quem já tem os olhos treinados, ler nas entrelinhas não é tão difícil.
“Trabalhamos muito para tornar o orkut.com uma comunidade onde o ódio e a desinformação não fossem tolerados” - ele diz.
A mensagem é explícita: ele não pretende tolerar o pensamento divergente, que ele chama de “ódio” e “desinformação” para ficar bem na foto.
Liberdade de expressão é a convivência com as ideias divergentes, incômodas e até mesmo repulsivas. Se o cara já começa a querer podar os outros na largada, sob o argumento de que o outro é “odiento”, já vemos aí o princípio da censura.
Ele fala também que não tolerará a “desinformação”. Ora, ora…parece que temos aqui um entusiasta do fact-checking, que vai decidir pelo usuário sobre em que ele deve ou não
acreditar.
Em seguida, ele fala que “o mundo precisa de gentileza” (vão vendo o discurso adocicado), e fala mais uma vez sobre o ódio. Ódio pra cá, ódio pra lá…
Dali a pouco vem o “momento Imagine John Lennon”: ele começa a falar do mundo como um “lugar melhor” - e fala até em mudar o mundo. “Acredito no poder da conexão para mudar o mundo” - ele disse. Vocês conhecem esse papo, né?
Quando li a notícia da volta do Orkut, fiquei até animada. Só que a animação só durou até a leitura da cartinha de boas intenções - aquelas mesmas, das quais o inferno está cheio.
O curioso é que esse anúncio do possível retorno do Orkut lacrador vem logo depois da compra do Twitter pelo Musk. Coloquem seus chapéus de alumínio
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