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Raciocínios furados que biólogos progressistas estão usando pa | Libre News

Raciocínios furados que biólogos progressistas estão usando para divulgar identitarismo no lugar de biologia humana, ou seja, vender gato por lebre e enganar o público:

"Sexo é um espectro." Falso. Pouquíssimas das espécies sexuadas são exceções à anisogamia: há gametas pequenos abundantes em número que chamamos de masculinos, gametas grandes com alto investimento energético que chamamos de femininos. Sexo é binário. Por que dizem isso, então?

Além dos motivos ideológicos, usam a variação fenotípica de características sexuais secundárias como suposta evidência contra a binariedade do sexo. Essas características são chamadas de secundárias por um motivo: são mais contingentes que características primárias e anisogamia.

As secundárias são barba, mamas, pelos etc. São basicamente as coisas que surgem só depois da puberdade. As primárias são a genitália e, importantemente, as gônadas, e nas gônadas os gametas, e há só dois na nossa espécie: espermatozoide e ovócito (óvulo). Não há "espermatóvulo", não há espectro.

Outra coisa que eles usam são variações raras, como genitália ambígua, Klinefelter e Turner (síndromes cromossômicas). Aqui, vemos ainda mais que o problema deles é incompetência de análise conceitual. Uma espécie não é definida por exceções, especialmente as que forem deletérias.

Alegar que humanos não são binários no sexo porque existem pessoas XO (Turner), XXY (Klinefelter) etc. é como dizer que os seres humanos não têm duas pernas porque nascem pessoas com menos ou mais. Ou dizer que homens produzem leite porque viram um homem produzindo leite no programa do Ratinho uma vez.

É obrigação de um biólogo, penso eu, ter uma noção não só da variação de uma espécie pela qual se interessa, mas também das características necessárias para dizer que aquela espécie é aquela espécie. Olhar só variação é como fazer estatística só com variância, não com média.

Outra obrigação é ter noção, mesmo vaga, do quão estável é a característica. Do quão fundamental ela é. Ora, a seleção natural se funda em reprodução e sobrevivência. Desleixo intelectual com características ligadas à reprodução é um dos piores crimes possíveis contra a biologia.

Uma terceira coisa que usam é uma aderência à noção de que existe uma separação entre "gênero" (a parte social e cultural) e "sexo" (a parte biológica). Como biólogos, ótimos sociólogos, já que essa noção veio de fora da biologia e de forma alguma é consensual. Para muitos biólogos parece mais que o sexo é uma característica "aberta" o suficiente para permitir a adição de elementos que são influenciados pela sociedade e cultura. Não há necessidade de tentar remover a parte cultural e chamar com outro nome, na verdade isso nem é possível, pois ninguém sabe o que é "totalmente cultural", se é que há alguma característica sexual assim.

Biólogos progressistas estão sob influência do pós-modernismo, uma das piores modas intelectuais da academia, um câncer intelectual que em seu cerne é profundamente anticientífico, pois é anti-objetividade, anti-universalismo, i.e., anti-valores epistêmicos da ciência.

Nada do que eu disse aqui é novidade. A ciência do sexo como fenótipo humano não é nova, não mudou substancialmente nos últimos 5 anos. O que realça que quem mudou foram biólogos progressistas, que se radicalizaram, abraçaram o identitarismo, e não sabem separar ideologia de ciência.

O identitarismo ama a tábula rasa, que é um dogma antibiologia endêmico das ciências sociais. Esses biólogos sacrificam a biologia no altar das causas progressistas porque o progressismo vê na tábula rasa uma esperança de fazer engenharia social.