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EXEMPLO VIEIRA E O ROSÁRIO Quem aí não conhece o grande padr | Atelier Caritatem 🇻🇦

EXEMPLO

VIEIRA E O ROSÁRIO

Quem aí não conhece o grande padre Antônio Vieira, o rei dos clássicos e dos oradores da língua portuguesa? Pois dele escreve o padre Luiz Gonzaga Cabral, sem dúvida o Autor que melhor estudara a obra oratória e a personalidade daquele gênio:

“Se houve devoção em cujo apostolado se empregasse com ardor o zelo de Vieira esta foi sem dúvida, mais que todas, a devoção a Maria, a devoção ao Rosário”. (Vieira pregador — Livro I — cap. XII).

A obra oratória de Vieira se revela de uma incrível fecundidade e variedade em trinta sermões sobre as excelências, poderes e maravilhas do Rosário. Todos estes sermões sobre um mesmo assunto, e cada um encerra uma novidade, revela uma energia criadora, unia fecundidade e oratória que o colocam ao lado, senão superior a muitos dos maiores oradores da Igreja e dos mais eloquentes expositores. Não houve assunto mais pregado por Vieira que o Rosário de Maria. A publicação dos trinta sermões sobre o Rosário a fez ele em cumprimento de um voto feito e repetido várias vezes nos perigos que correra em sua vida agitada. “E sempre, pela imensa benignidade da Rosa Mística, Nossa Senhora do Rosário e sua poderosa intercessão sai livre”, disse ele.

O padre André de Barros, o clássico biógrafo de Vieira, nos revela como o genial orador amava o Rosário da Virgem. Eis como escreve:

“O amor à Senhora do Rosário o fez introduzir o Terço do Rosário Santíssimo. Em todas as embarcações que não eram de hereges o fazia rezar todos os dias por toda gente da nau; e foi isto com tanta felicidade que os marinheiros que tinham navegado com o padre Vieira continuaram em outras viagens a mesma devoção de que veio a pegar-se em todos os navios portugueses assim mercantes como de guerra este celestial contagio”.

Pois Vieira estava realmente contagiado pelo santo amor ao Rosário de Maria. Fez ecoar pelos oceanos em mil naves portuguesas os cânticos e o Rosário da Virgem. No Maranhão ordenou que se cantasse o Terço na Igreja, e ele próprio de sobrepeliz ia dizer as orações e contemplar os mistérios. Fez com que em todas as famílias do Maranhão se recitasse o Terço em comum cada noite. E então diz o padre André de Barros, “ouvia desde então o céu estas vozes todas as noites em muitas partes e ao mesmo tempo; porque a senhora da casa, com as filhas e escravas de um lado, e o senhor com os filhos e escravos do outro, entoavam à Mãe de Deus este angélico descante.”

Não se contentava com isto só o padre Vieira. Instituiu na Igreja do Colégio do Maranhão práticas espirituais todos os sábados, destinadas à recitação do Rosário e à narração de uma história piedosa ou exemplo do Rosário de Maria. Diz o biógrafo de Vieira:

“E a esta devoção, acudia grande concurso não só do povo como dos principais e das autoridades da terra”.

E já no fim da vida, aos oitenta anos, o gênio de Vieira nos lega Trinta sermões sobre o Rosário!
Morreu velho, aos noventa anos, em 17 de Julho de 1697, na Bahia. Muito antes da morte, já de vista fraca não podia mais rezar o Breviário. Assim impossibilitado, tomava nas mãos tremulas o Rosário de Maria e gastava “duas horas” em recitar e meditar os mistérios do Rosário cada dia com uma devoção enternecedora.

Que tocante exemplo!

O jesuíta, o formador da nossa gente, o mestre espiritual do povo brasileiro, nos educou na escola do Rosário, na recitação e meditação dos mistérios do Saltério da Virgem!

Não há, pois, devoção mais tradicionalmente brasileira que a devoção do Rosário de Nossa Senhora.

~ Mons. Ascânio Brandão