Virou o ano. Tenho noticias pra vcs. A primeira é que não mu | Paulo Briguet - Canal

Virou o ano. Tenho noticias pra vcs.

A primeira é que não mudou nada. 2020 não vai ficar pra trás, porque marcou o período em que abusaram de nos, mental e intelectualmente, e nos deixamos, especialmente pelo receio de contrariar a massa. Pelo infantil receio de não querer destoar dos demais.

Foi o ano em que aceitamos que fizessem conosco barbaridades indizíveis sob alegação de nos proteger de nos mesmos. Literalmente.

Foi o ano em que nos abrimos mão de liberdade em troca de segurança, e, como já diziam benjamin franklin, ficaremos (como já ficamos) sem os dois.

Foi o ano que vimos que não temos líderes, mas permitimos o surgimento de milhões de mini déspotas, de porteiros e síndicos de prédio até prefeitos e governadores, sendo que presidentes das nações ocidentais provaram que não mandam em absolutamente nada.

Não temos líderes porque nenhum deles ousou contrariar esse imperativo categórico da triologia máscaras-distanciamento-lockdown, que se mostrou ineficaz em combater a doença, mas muito eficaz em moldar condutas humanas.

Pergunte pra qualquer mini déspota (os novos fiscais do sarney), porque tamanho zelo no cumprimento de regras pros demais, e ele nao saberá dizer nada além de “tá nos jornais, tomo mundo sabe”. Sem dados, sem dúvidas. O pandeminion típico é muito ignorante sobre o objeto do seu zelo.

Curioso notar quantos desses mini déspotas obrigavam todo mundo a seguir regras que eles mesmos não respeitaram. Isso, hoje em dia, se chama ser responsável. Tratar os demais como crianças, mas se permitir certas liberdades se ninguém estiver olhando. Isso é altruísmo. Isso é pensar nos outros.

É o cara do “fiqueemcasa” que não acha que isso se aplica ao entregador do aplicativo. É o cara das máscaras e distanciamento que faz festa sem nada disso na sua casa. Vimos muitos esse ano.

O que constitucionalmente sempre foi chamado de ESTADO DE SÍTIO, nos foi imposto sem autoridade legal nenhuma, pela pura pressão dos mini déspotas que brotaram em cada esquina.

Os efeitos desse período ficarão conosco por muito tempo ainda. Tal como aqueles venezuelanos que votaram no Chavez na década de 90 e hoje estão catando comida no lixo, fugindo em massa do país e talvez ainda não saibam o que deu errado, damos boas vindas a 2021, crentes que a mudança do calendário deixou nossos erros vergonhosos no passado.

É claro que só começando.