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OGlobo ‘Mercado quer abraçar Lula, mas espera sinal na economia’, diz investidor
O mercado financeiro já praticamente colocou no preço dos ativos a vitória do ex-presidente Lula nas eleições de outubro. Com Bolsonaro estagnado na casa dos 30% e Lula em ampla vantagem nos cenários de segundo turno, as chances de uma virada, na visão dos analistas, parece improvável – embora não impossível.
Segundo o gestor de uma grande casa de análise em São Paulo, os investidores, na verdade, “estão doidos para abraçar a candidatura” do petista. Falta, no entanto, uma sinalização mais clara por parte de Lula de que ele não fará loucuras na política econômica.
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- Não basta dizer que não seguirá a política econômica do governo Dilma, porque, na verdade, os erros começaram no segundo mandato de Lula, quando Guido Mantega assumiu o Ministério da Fazenda – afirmou.
A chamada contabilidade criativa, por exemplo, ficou escancarada pela primeira vez na triangulação que capitalizou a Petrobras, em 2010, quando a equipe econômica de Mantega transformou endividamento público em superávit primário, em uma manobra contábil que envolveu emissão de títulos públicos, o BNDES, barris de petróleo e lucros da Petrobras.
O mercado sonha com a indicação do economista Pérsio Arida para o Ministério da Economia e um mandato mais parecido com Lula 1, do que Lula 2. Nesse cenário, o petista teria um forte vento favorável vindo dos investidores, com valorização do real e alta das bolsas. Isso ajudaria a reduzir a inflação, os juros, e a criar um clima de otimismo na economia.
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- Por ora, o mercado precifica uma vitória de Lula, mas sem grandes expectativas. Desse ponto de vista, há espaço para surpresas positivas, caso ele adote uma política mais liberal, mas é bom que se diga que o contrário também pode acontecer: decepção e impacto nos ativos – explicou.
Lula tem conversado com empresários e economistas e o relato é de que as conversas têm melhorado longe dos holofotes e dos microfones nos últimos dias. O candidato a vice, Geraldo Alckmin, tem sido a principal ponte de interlocução entre esses dois mundos. Ainda assim, falta o nome no Ministério da Economia que transmita confiança.
Resta saber se Lula adotará uma postura pragmática, capaz de ter o mercado financeiro ao seu lado, ou se irá preferir seguir o programa histórico do PT, com consequências imprevisíveis para a economia e sua própria governabilidade.
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