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Brasil mais armado: entenda como o aumento nas vendas de armas | Bolivariando a Pátria Grande

Brasil mais armado: entenda como o aumento nas vendas de armas de fogo alimenta a criminalidade

https://www.brasildefato.com.br/2022/06/10/brasil-mais-armado-entenda-como-o-aumento-nas-vendas-de-armas-de-fogo-alimenta-a-criminalidade

Arsenal privado dobrou nos últimos anos e armas com registro e legalizadas chegam cada vez mais ao crime

Nos últimos anos, o Brasil viu a compra de armas de fogo aumentar consideravelmente e essa dinâmica vem alimentando a criminalidade. "É uma política irresponsável", na avaliação de Natalia Pollachi, gerente de projetos do Instituto Sou da Paz.

Um levantamento feito no Espírito Santo, por exemplo, revela que pelo menos 30% dos armamentos usados em crimes e apreendidos entre 2018 e 2019 têm registro no Sistema Nacional de Armas da Polícia Federal (SINARM).

Os dados, divulgados pela Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Espírito Santo em parceria com o Instituto Sou da Paz, não chegam a surpreender. Estudos realizados entre 2013 e 2018 apontam que em estados como Goiás e São Paulo o índice de armas registradas e que acabam em uso para crimes é de 40%.

"Existe um senso comum no Brasil de que as armas são todas raspadas, têm numeração suprimida, é impossível rastrear e não há o que fazer", afirma Pollachi. Os dados, porém, não confirmam essa percepção.

"Entre as armas de fogo apreendidas, cerca de 50% delas têm a numeração de série preservada. Essa informação é importante, porque nos indica que sim, há bastante informação para que a gente faça um rastreamento das origens", ressalta.

A avaliação realizada no Espírito Santo mostrou ainda que, em um quarto dos casos, os donos legais das armas moram no próprio estado e mais da metade deles adquiriram as armas sob a justificativa de defesa pessoal.

De acordo números levantados pelo Instituto Sou da Paz, o registro de armas no Brasil quase triplicou entre 2019 e 2021. Foram mais de 150 mil novos armamentos autorizados por ano. O número representa aumento de mais de 220% em relação ao triênio anterior

Somente entre janeiro e novembro do ano passado, houve quase 190 mil registros, maior montante dos últimos 13 anos. Uma parte significativa dos equipamentos é adquirida sob a justificativa de aumentar a segurança pessoal.