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O jovem eleitor e os limites institucionais

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Com a proliferação de campanhas para que jovens tirassem o título de eleitor, surgiram também os questionamentos sobre qual o real poder do voto para mudar o nosso país.

Gerações após gerações, o jovem, termo que aqui usamos para nos referir tanto aos que estão se encaminhando para o final da adolescência ou nos primeiros anos da vida adulta, é caracterizado como um rebelde sem causa, uma pessoa com pouco conhecimento da “vida real”, aquela que ainda não entendeu as complexas regras da vida adulta.

Porém, ao mesmo tempo que se subjuga a capacidade dos jovens de pensar e fazer política, são em momentos como esse, de ascensão do fascismo nas ruas e nas urnas, que uma parte significativa da população espera que esses jovens se comprometam a comparecer às urnas para as eleições presidenciais e afastar de vez as ameaças de mais quatro anos da extrema direita no poder. No entanto, uma pergunta parece inquietar vários jovens que sonham com um outro Brasil: será que as coisas vão mudar apenas trocando de presidente?

Repensar a posição do povo no fazer político não significa negar a política institucional, como se ela não devesse ser disputada para tensioná-la para o lado dos interesses da classe trabalhadora. Em um contexto em que partidos de esquerda podem ser postos na ilegalidade, como já aconteceu outras vezes no Brasil e no mundo, disputar esse poder é uma forma de assegurar a sobrevivência daqueles que, de fato, procuram uma real ruptura com a organização social atual. Portanto, não existe nenhuma contradição entre reconhecer os limites da institucionalidade e ainda defender candidaturas da esquerda revolucionária, como é o caso da pré-candidata Sofia Manzano (PCB) e do pré-candidato Leonardo Péricles (UP).

Contudo, a política não pode se limitar a isso. É preciso que o fazer político do povo vá além de escolher um candidato de 4 anos em 4 anos e esteja no núcleo de qualquer decisão que vá impactar a sua vida. Em outras palavras, se faz necessário construir o poder popular.

De acordo com as resoluções do XV congresso do Partido Comunista Brasileiro, “A luta pelo Poder Popular se expressa nas ações independentes da classe trabalhadora em seus embates contra as manifestações mais evidentes da ordem do capital”. Dessa forma, a prioridade é organizar o povo para disputar espaços como movimentos sociais, sindicatos, fóruns populares, organizações partidárias, centros acadêmicos, etc. A organização nesses espaços gera acúmulos e orienta as pessoas para lutas por pautas comuns.

A tendência é que, quanto mais organizados os trabalhadores estejam na reivindicação dos seus interesses, maior será a agitação no sentido de um movimento revolucionário. E onde há ação revolucionária existe, por sua vez, reação contrarrevolucionária, mas é justamente nesse entrave que teremos a construção de uma unidade na luta, com as demandas apresentadas outrora de forma fragmentada se tornando reinvidicações cada vez mais precisas, de uma massa de trabalhadores que se enxerga enquanto classe e promovem a independência de seus interesses em relação aos dos gestores do capital, dando forma assim a um campo popular e de esquerda.

Este é um dos remédios para a tão falada desunião das esquerdas. São construídas pautas comuns por meio daquelas que se materializam justamente da necessidade que fez cada oprimido se organizar em prol de uma luta maior, que vai além dos limites institucionais em que a classe dominante tenta minar a ação política do povo. Forma-se, assim, uma espécie de poder de caráter anticapitalista que se agiganta frente ao poder burguês. O povo deixa de ser simplesmente um sujeito eleitoral para exercer seu poder político e começar, de fato, a fazer valer as suas vontades e necessidades em oposição aos interesses dos capitalistas, até, de fato, superar o sistema capitalista e suas contradições.