Get Mystery Box with random crypto!

Comentando o artigo do PSTU sobre o PCB e a “Frente Eleitoral” | Bolivariando a Pátria Grande

Comentando o artigo do PSTU sobre o PCB e a “Frente Eleitoral”

https://pcb.org.br/portal2/28863

Recentemente, em seu portal na internet, o PSTU publicou uma matéria com o seguinte título: “Por que não é possível uma frente eleitoral com o PCB”, sob a pretensa intenção de “esclarecer” as razões do malogro de uma frente eleitoral de esquerda. Diante das mentiras e acusações promovidas nesse artigo, na suposta tentativa de justificar a não constituição da frente eleitoral entre PSTU, PCB e UP, nos sentimos no dever de responder às falácias e incorreções desse texto, assinado por um dirigente nacional do PSTU.

O artigo inicia sua apresentação procurando justificar a não unidade em uma chapa para as eleições presidenciais de 2022 com um peculiar argumento que caberia supostamente às “organizações revolucionárias”: “(…) predomina a necessidade de que os revolucionários apresentem seus próprios programas, e não a unidade dos distintos setores.” Dessa forma, o próprio artigo já deixa evidente de início a intenção de também justificar o direito de cada uma das organizações lançarem seus programas e chapas próprios, mas o faz com um conjunto de ataques fabricados e caluniosos, que mais procuram criar cizânia e fazer chicana nas redes sociais do que de fato tratar de modo sério e coerente o debate ao qual se propuseram.

Em primeiro lugar, no início desse ano a direção do PSTU procurou a direção do PCB para a discussão do processo eleitoral e, na reunião que tivemos, mesmo antes de aprofundarmos qualquer debate sobre conjuntura, programa e estratégia, foi “oferecida” a vice candidatura em uma possível chapa encabeçada pelo PSTU. Um jeito nada hábil de se iniciar qualquer possível debate programático, que deveria ser feito sem açodamentos e com real disposição para construir uma “Frente eleitoral”. Esse artigo é de uma hipocrisia muito grande: nos bastidores, buscaram uma aliança; como não aconteceu, jogam para a plateia com acusações infundadas.

O referido artigo aborda três temas para justificar a não consecução da frente eleitoral. O primeiro deles, de caráter histórico, citando o apoio ao Governo de João Goulart com a descabida acusação de o PCB à época ter atuado como se estivesse“ (…) impedindo um papel independente da classe operária perante esse governo e desarmando a reação das massas ao golpe militar”. No período, o PCB manteve uma posição de independência em relação ao Governo Jango, apoiando as medidas que considerava avançadas para o contexto como a proposta de reforma agrária, os aumentos do salário mínimo, a taxação das remessas de lucros das empresas multinacionais, assim como as chamadas “Reformas de Base”, medidas que provocaram a reação da classe dominante, que articulou o Golpe de 1964 e impôs no país mais de vinte anos de ditadura, com a suspensão de direitos políticos, cassação de mandatos, censura à imprensa, às atividades literárias, sindicais, estudantis e culturais, perseguições, prisões arbitrárias, tortura, assassinatos e desaparecimentos de ativistas contrários ao regime, dentre outros tantos crimes e ações que ampliaram o poder político e econômico da burguesia e a presença imperialista não apenas no Brasil, mas também na América Latina.

É uma mentira absurda, totalmente desrespeitosa e falsificadora, dizer nesse artigo que o PCB desarmou a população e que não estimulou qualquer tipo de reação ao Golpe. Diversas lideranças comunistas foram presas, torturadas e tiveram seus mandatos parlamentares e sindicais cassados. Nosso Partido foi posto na ilegalidade e nosso Secretário Geral à época figurava como primeiro na lista dos perseguidos pelos militares que tomaram o poder em 1964. Tais afirmações são um desrespeito para com todos(as) aqueles(as) – inclusive seus familiares – que tiveram suas vidas atingidas pela repressão violenta que se seguiu ao golpe.