2022-05-23 14:00:20
Bom dia!
Espero que esteja bem!
Uma das características mais marcantes de nossa sociedade atual diz respeito a demanda de todos por ambientes e relações mais transparentes.
Tradicionalmente as relações nas organizações foram governadas pelo binômio comando e controle. Eu controlo todas as suas ações, pois tenho poder institucional sobre você já que sou seu superior hierárquico.
Atualmente essa lógica não funciona, pois a fórmula da alta performance está muito mais centrada no binômio autonomia e protagonismo. Essa visão considera que as pessoas são responsáveis pelos seus atos e, como consequência, tem autonomia de ação. Como contrapartida todos os que se enquadram nesse modelo, tem a responsabilidade por seu desempenho que é regido por meio de diretrizes claras.
Você deve estar se perguntando: qual a relação dessa visão com a tal da agenda oculta?
Os dois temas estão intrinsecamente relacionados.
Quando tenho um contexto orientado para o controle que oferece pouca autonomia aos colaboradores, a tendência é que a transparência nas informações seja parcial. Em situações como essa, muitas vezes, a versão que é compartilhada para um colaborador é diferente da que é contada para outro que, no final do dia, é distinta da verdadeira versão. A consequência é que nesses ambientes reina a desconfiança, a falta de entrega e uma performance que só se sustenta pela lógica “eu trabalho pelo salário que você me paga”. O engajamento fica comprometido, pois o relacionamento não é baseado em confiança.
Por outro lado, em ambientes orientados pela transparência, a tendência é que seja construída uma visão compartilhada, onde todos sabem de seu papel e responsabilidades tendo muita clareza sobre suas metas. As relações tendem a ser baseadas em confiança e aqueles que não se enquadram nessa dinâmica são expurgados pelo sistema.
Para se construir um ambiente como esse é necessário tempo, dedicação, comprometimento com o modelo e muita, mais muita coragem mesmo. Diversas armadilhas surgem pelo caminho, pois, muitas vezes, é muito mais cômodo tomar uma decisão sem compartilhar com todos se expondo a opiniões contrárias. Por outro lado, com o tempo, se estabelece um ambiente de trabalho virtuoso, altamente estimulante e repleto de significado.
Não é possível construir uma organização que se baseia em propósitos consistentes sem transparência. Não é possível ter uma equipe engajada genuinamente tendo uma agenda corporativa oculta.
Acredite, esse meu discurso não é teórico, conceitual. Ele é totalmente prático.
A pergunta que deixo para sua reflexão é: você acha mesmo que as empresas que adotam modelos menos transparentes, mais autocráticos serão empresas atraentes para àqueles que almejam fazer a diferença e são profissionais de alto potencial?
Pois se sua visão é que isso tudo é muito romântico, e que deve vigorar a lógica “manda quem pode, obedece quem tem juízo” siga adiante no modelo comando e controle.
Porém se você acredita que o que faz empresas excepcionais são pessoas excepcionais, reflita com carinho sobre esses conceitos e ouse estabelecer um novo paradigma de gestão.
Um paradigma muito mais nobre, desafiador e audacioso do que simplesmente considerar que as pessoas de sua empresa fazem aquilo que são pagas para fazer.
No final das contas, garanto que valera à pena #ouse
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