2021-11-22 16:50:58
(Insper 2014) Sua fala era uma vibração de amor, que alvoroçava os corações, o olhar como luz de lâmpada encantada, que fascina e desvaira; o sorriso era um lampejo de volúpia, que fazia sonhar com as delícias do Éden.
Era enfim o tipo o mais esmerado da beleza sensual, mas habitado por uma alma virgem, cândida e sensível. Era uma estátua de Vênus animada por um espírito angélico.
Ainda que Eugênio não conhecesse e amasse Margarida desde a infância, ainda que a visse então pela primeira vez, era impossível que toda a virtude e austeridade daquele cenobita em botão não se prostrasse vencido diante daquela deslumbrante visão.
Margarida estava vestida de cor-de-rosa com muita graça e simplicidade; tinha por único enfeite na cabeça um simples botão de rosa. Eugênio esteve por muito tempo mudo e entregue a um indizível acanhamento diante da companheira de sua infância, como se se achasse em presença de uma alta e poderosa princesa.
(GUIMARÃES, Bernardo. O seminarista. São Paulo: FTD, 1994.)
Considerando-se a organização do texto, é correto afirmar que ele é fundamentalmente
A. narrativo, pois relata o relacionamento amoroso entre os personagens Margarida e Eugênio.
B. dissertativo, pois apresenta a defesa do ponto de vista de Eugênio sobre a personagem Margarida.
C. injuntivo, pois tem a intenção de instruir o leitor acerca das características da personagem.
D. informativo, pois fornece dados sobre a personagem Margarida de forma clara e objetiva.
E. descritivo, pois produz um retrato verbal subjetivo ao enumerar as características de Margarida.
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