2022-09-02 04:45:38
A Rede Globo decidiu construir um "documentário", exibido em partes em horário nobre, sobre a Constituição. Mas não se trata, precisamente, de entender os direitos e liberdades do povo brasileiro e nossa estrutura organizacional.
Começando pela Magna Carta, em uma leitura anacrônica, a Rede Globo está narrando a ideia de Constituição de uma maneira especificamente ideológica, engajada, militante. O documentário ainda está sendo exibido, mas já pudemos ver a exaltação das raízes iluministas do constitucionalismo moderno.
Além disso, grande destaque foi dado à Constituição dos EUA, como se tivesse sido e fosse um modelo para os EUA e como se a história da Independência dos EUA fosse um evento global de grandes relevância para a história brasileira. Tudo isso com direito a bandeira dos EUA tremulando em horário nobre.
Ora, de fato, existe uma dimensão liberal na história do constitucionalismo moderno, mas a história também já demonstrou que é possível e vantajoso adaptar a ideia de Constituição a instituições em sistemas não-liberais.
Ao apelar ao discurso neoiluminista na hora de explicar a Constituição Brasileira e seus fundamentos, especificamente partindo do mundo anglo-saxão e ignorando nossas raízes latinas, a Rede Globo está plenamente alinhada ao pensamento hegemônico do Supremo Tribunal Federal, que é marcadamente e declaradamente neoiluminista, como o Ministro Barroso já deixou claro inúmeras vezes.
É o mesmo discurso antinacional, cosmopolita e liberal de sempre, mas disfarçado de elogio da Constituição Brasileira.
194 views01:45