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A voz de uma geração pela outra É possível que você e sua t | Se bem me lembro - Olimpíada de Língua Portuguesa

A voz de uma geração pela outra

É possível que você e sua turma já estejam trabalhando na escrita dos textos de memórias literárias. Apesar do possível intervalo provocado pelas merecidas férias escolares, vamos continuar enviando sugestões para que você possa dar continuidade ao trabalho quando for oportuno.

Na pílula de hoje, destacamos o texto "Doces Memórias", de Adrielle Vieira de Oliveira, finalista da Olimpíada de Língua Portuguesa de 2019:

“Percorro em sonhos a cidadezinha de minha infância. Um largo e caudaloso rio serpenteando a várzea fértil. A ponte de ferro da charqueada já se encontrava lá toda imponente. A luz elétrica ali produzida iluminava o centro da cidade. Poucos casarões de pau a pique ao longo da pacata rua Belo Horizonte, hoje a movimentada avenida Abílio Machado. Impossível esquecer-me da igrejinha do Rosário com sua torre norte sineira. Às quinze horas, começava um movimento pelas vielas. Lá se iam as senhoras atraídas pelo tocar do sino. Hora do terço, muito me admirava a fé daquelas pessoas! Mamãe, com apenas um olhar, recomendava-me silêncio e puxava a turma de carolas com cantos e orações. Rezávamos até para chover se a seca ameaçasse a plantação. Mas o que mais me encantava nesta igreja eram as missas das manhãs de domingo. Depois de uma longa homilia, saíamos a apreciar os poucos carros tipo "Ford Bigode" que circulavam em torno da praça.”

Você pode ler o trecho com sua turma para identificar alguns aspectos interessantes próprios da escrita do gênero, dentre eles:

- A descrição do cenário em que a entrevistada viveu, que no início do texto leva o leitor ou leitora para aqueles tempo e espaço. São os casarões de pau a pique, a energia elétrica que era uma novidade, a paisagem marcada pela religião, em sua arquitetura e em seus sons.

- Como a autora, apesar de ser uma jovem do ensino fundamental II, consegue se apropriar da fala de sua entrevistada para conferir tom nostálgico ao texto. Reflita com o grupo: O que provoca esse efeito? Destaque as pertinentes escolhas de vocabulário e a construção das frases, como é o caso de “muito me admirava” ou “puxava a turma de carolas”.

Essa produção é um bom ponto de partida para que os/as estudantes escrevam um texto mais longo de memórias a partir das entrevistas realizadas, ou revisem aqueles que já elaboraram.

Leia o texto “Doces Memórias”, na íntegra.

Para aprofundar-se na retextualização em Memórias Literárias, (re)visite a Oficina 13 – Da entrevista ao texto de Memórias Literárias, do Caderno Docente Se bem me lembro, produzido pela Olimpíada de Língua Portuguesa.

Saiba mais sobre a 7ª edição da Olimpíada de Língua Portuguesa.