2021-09-22 01:10:21
FECHAMENTO DE MERCADO
A costura para resolver o impasse em torno dos precatórios beneficiou os ativos brasileiros. A solução apresentada pelos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara, Arthur Lira, após reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, acabou agradando o mercado mais pela forma do que pelo conteúdo. Isso porque mostrou empenho do Governo para resolver as dívidas judiciais sem precisar depender da boa vontade do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal de Contas da União.
A ideia apresentada prevê a criação de um subteto para essa despesa, com base no que foi pago em 2016 (ano de início do teto de gastos) e reajustado pela inflação. O volume a ser pago em 2022 seria algo em torno de R$ 40 bilhões, deixando outros R$ 50 bilhões para serem liquidados em 2023, tudo sob o regime do teto de gastos.
Apesar das críticas de alguns especialistas contábeis, os agentes do mercado se animaram com o viés de conciliação legislativa, que pode inviabilizar o debate do Orçamento de 2022 e da pauta econômica do governo.
Com isso, os juros de prazo mais longo tiveram forte baixa, com queda próxima de 30 pontos-base em alguns vértices, com a redução de prêmios por risco fiscal.
O Ibovespa se aproximou dos 111k, mas terminou aos 110.250 pontos, com alta de 1,29%. Apenas 15 dos 91 papéis de sua composição tiveram queda, e o destaque positivo foi CASH3 que disparou 14%, seguida de VIIA3 (+11%), se recuperando de parte das duras perdas dos últimos dias, ao também levar em consideração o anúncio que a Via atingiu 100 mil vendedores (sellers) em seu marketplace até agora no ano, superando a estimativa inicial de até 90 mil em 2021.
O dólar à vista encerrou em R$ 5,2863 (-0,84%), acompanhando o movimento da moeda americana ante pares emergentes. O mercado doméstico observa ainda o desenrolar do Copom, cuja decisão sobre a Selic será divulgada após o fechamento da sessão amanhã.
Amanhã também teremos o resultado da reunião de política monetária do Fed, cuja expectativa é de manutenção das taxas, mas que é esperada alguma sinalização sobre retirada de estímulos. Esse quadro reforçou apostas mais conservadoras no mercado externo à tarde, apesar da abertura positiva na sequência de movimentos técnicos diante da crise da Evergrande. Ao final, o índice Dow Jones e o S&P 500 terminaram em queda suave (de 0,15% e 0,08%, respectivamente), mas o Nasdaq subiu 0,22%.
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