2021-10-30 12:00:07
A REAÇÃO DOS LÍDERES CRISTÃOS
Os poucos líderes que se posicionam publicamente sobre o Halloween, fazem-no utilizando exclusivamente argumentos religiosos. Isto significa que só são ouvidos pelos crentes e, ainda assim, sem consenso.
Os líderes cristãos estão certos em se opor ao Halloween, pois se trata de uma festa dedicada à celebração dos espíritos dos mortos, da bruxaria e da magia negra, e rejeita completamente os fundamentos da fé cristã e merece o repúdio de todos os cristãos, como o faz a Bíblia em diversas passagens, dentre as quais destaco:
“Não recorram aos médiuns nem busquem a quem consulta espíritos, pois vocês serão contaminados por eles. Eu sou o Senhor, o Deus de vocês.”Levítico 19,31.
“Não permitam que se ache alguém no meio de vocês que queime em sacrifício o seu filho ou a sua filha; que pratique adivinhação, ou se dedique à magia, ou faça presságios, ou pratique feitiçaria ou faça encantamentos; que seja médium, consulte os espíritos ou consulte os mortos. O Senhor tem repugnância por quem pratica essas coisas.”Deuteronômio 18,9-13.
“Ora, as obras da carne são manifestas: imoralidade sexual, impureza e libertinagem; idolatria e feitiçaria”. Gálatas 5,19.
“Mas os covardes, os incrédulos, os depravados, os assassinos, os que cometem imoralidade sexual, os que praticam feitiçaria, os idólatras e todos os mentirosos - o lugar deles será no lago de fogo que arde com enxofre. Esta é a segunda morte.”Apocalipse 21,8.
A questão central aqui é que muitos cristãos e líderes se limitam aos argumentos religiosos ao abordar a tormentosa questão cultural do Halloween, e não utilizam muitos outros fundamentos legais e culturais que podem trazer compreensão sobre as repercussões dos festejos mórbidos em pessoas em desenvolvimento.
E mais ainda, estes mesmos fundamentos podem servir para apresentar argumentos importantes para o entendimento e formação dos jovens, tão frequentemente expostos a ambientes onde o macabro e a magia negra são apresentados como uma “brincadeira”, muitas vezes, agradável e lúdica aos olhos juvenis.
HALLOWEEN E A FRAGILIDADE PSICOLÓGICA DE CRIANÇAS
O principal argumento legal contra o Halloween é a defesa da integridade psicológica e moral de crianças e adolescentes, especialmente das crianças.
As crianças são altamente influenciáveis e facilmente induzidas a comportamentos ou entendimentos abusivos à sua condição de pessoa em desenvolvimento. Tanto assim, que a Constituição brasileira obriga a União a:
Art. 21. Compete à União:
XVI - exercer a classificação, para efeito indicativo, de diversões públicas e de programas de rádio e televisão;
Art. 220. (...)
§ 3º Compete à lei federal:
I - estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a possibilidade de se defenderem de programas ou programações de rádio e televisão que contrariem o disposto no art. 221, bem como da propaganda de produtos, práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao meio ambiente.
Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:
IV - respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.
Neste dois artigos, a Constituição reconhece a fragilidade psicológica de crianças e adolescentes, tanto que expressamente ordena a classificação indicativa de programas de rádio e televisão, e determina ao Congresso Nacional elaborar lei federal que garanta à família meios legais de se defender de programas de rádio e televisão que violem os valores éticos e sociais da família.
Concretizando o mandamento constitucional, a Lei 10.359/2001, exige que todos os aparelhos de televisão no Brasil contenham dispositivo que possibilite o bloqueio de “programas que contenham cenas de sexo ou violência.” (artigo 3º, parágrafo único).
O Ministério da Justiça, obedecendo à ordem constitucional, estabeleceu critérios de avaliação da adequação de imagens ou cenas ao público infantil.
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