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Santa Beatriz da Silva Fundadora das Monjas Concepcionistas, | Família da Imaculada

Santa Beatriz da Silva

Fundadora das Monjas Concepcionistas, é uma das glórias da nobre estirpe celebrada nos Lusíadas, por Luís de Camões.

Nasceu Beatriz em Ceuta, praça forte portuguesa, ao norte da África, onde seu pai era comandante, em 1424, e faleceu em Toledo, na Espanha, aos 66 anos de idade. Ainda pequena, transferiu-se com a família para Campo Maior, em Portugal, e, na flor dos seus vinte anos, Beatriz foi enviada à corte da Espanha como dama de honra de Dona Isabel, esposa do rei João II de Castela. Aí principiou seu calvário.

Sendo, como se afirma, de invulgar formosura, começou a ser cobiçada por alguns nobres da corte, suscitando inveja inclusive da própria rainha, o que constituiu um verdadeiro sofrimento para ela. Uma corte, naquele século, era ambiente de luxo e vaidade, de ciúme e frivolidades ao lado de intrigas e paixões.

A rainha, dominada por uma mistura de ciúme e de inveja, chegou a tramar contra a vida de Beatriz. Fechou-a num caixão por três dias, o suficiente para que morresse asfixiada. Mas uma visível proteção da Virgem salvou-a da morte certa. Em agradecimento, ofereceu a sua virgindade.

O que para outros poderia ter sido ocasião de ruína irreparável, foi para ela ocasião de, cada vez mais, se firmar no propósito de abandonar o mundo e de se consagrar completamente a Deus. Deixou, pois, a corte e se retirou para Toledo, indo se recolher no mosteiro de São Domingos, cujas religiosas viviam sob a Regra cisterciense. Passou ali não menos de 30 anos, dando às religiosas extraordinários exemplos de virtude. Foi modelar no desprendimento do século, na obediência, na pobreza, na assistência aos pobres, na oração e no recolhimento.

Mas Deus tinha-a predestinado para obra de maior alcance no seu reino. Sob a inspiração de Maria Imaculada, Beatriz acalentou a idéia de fundar uma Ordem de estrita clausura, na qual as religiosas, inteiramente segregadas do mundo, pudessem servir a Deus em vida contemplativa. Com a ajuda eficaz da rainha Isabel a Católica, que lhe deu o palácio da Galiana e com um pequeno grupo de religiosas, deixou o mosteiro de São Domingos e foi habitar numa nova sede que veio a ser o berço das monjas concepcionistas.

Três amores ardiam na alma de Beatriz: o amor a Maria Imaculada, a Paixão de Jesus Cristo e a Santíssima Eucaristia. Estes três amores foram a herança espiritual que caracterizou a nova Ordem.

As monjas concepcionistas tiveram sua aprovação canônica em 1489. No entanto, a fundadora não teve a sorte de assistir à primeira profissão religiosa de suas irmãs de hábito, pois Beatriz teve uma revelação que morreria entre dez dias, como de fato se deu, no dia 17 de agosto de 1490.

No momento de sua santa morte, seu rosto foi visto transfigurado por uma grande claridade e uma estrela resplandecente sobre sua cabeça até ela expirar.

Beatriz da Silva foi irmã de sangue do Bem-aventurado Amadeu da Silva que, após uma experiência de dez anos vividos como ermitão, abraçou, na Itália, a Ordem de São Francisco. Homem de muitas virtudes e letras, foi confessor do Papa Sisto IV.

Morreu em odor de santidade, sendo-lhe reconhecido o título de Bem-aventurado.

A Ordem fundada por Santa Beatriz da Silva espalhou-se por muitas nações na Europa e chegou ao Novo Mundo desde o ano 1540. Conta atualmente com 135 mosteiros e com mais de três mil irmãs. Chegou ao Brasil, em 1678, com a fundação do mosteiro de Nossa Senhora da Ajuda, no Rio de Janeiro, e pouco depois foi aberto o Mosteiro da Lapa em Salvador, Bahia, dentro de cujos muros viveu e foi assassinada a heroína da Independência do Brasil, Madre Joana Angélica de Jesus, em 1822.

Logo após a morte, Beatriz teve larga veneração. Contudo, seu culto foi ratificado oficialmente pela Igreja só em 1926, com a beatificação, e em 1976, com a canonização. A família franciscana, que considera Beatriz uma santa ligada ao espírito de São Francisco, celebra sua festa no dia lº de setembro.