Médico que receitou sorvete e Free Fire para criança doente é recontratado em Osasco
O médico Marcos Wesley Silva, que foi demitido depois de prescrever sorvete de chocolate duas vezes por dia e jogo Free Fire diário para um menino de 9 anos que tinha inflamação na garganta e sintomas gripais, foi recontratado.
O caso ganhou repercussão e levantou discussão se o atendimento foi humanizado ou debochado. Além de suscitar a eterna dúvida se alimentos gelados fazem bem ou não para o tratamento de dor de garganta.
O CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA) informa que chupar cubos de gelo, picolés e pastilhas é uma medida para diminuir a dor de garganta. O NHS, serviço de saúde pública do Reino Unido, também fornece uma orientação semelhante.
O neurologista atuava na rede pública de Osasco, na Grande São Paulo, por meio de uma OS (Organização Social) que administra a UPA Jardim Conceição.
A recontratação ocorreu nesta quarta-feira (31) por ordem do prefeito Rogério Lins (Podemos), de acordo com a Prefeitura de Osasco. O prefeito viu a atitude do médico como humanizada.
"Na receita há a prescrição de toda a medicação necessária ao paciente. Quando ele coloca o sorvete e o jogo, ele quis humanizar o atendimento", disse.
A mãe da criança, Priscila da Silva Ramos, 37, afirmou que a prefeitura olhou apenas para a receita e não para o atendimento.
"Só levaram em conta a parte da receita, mas não viram a parte que o médico não examinou meu filho, só prescreveu um monte de medicamentos", afirmou.
Ela disse que está sendo criticada por ter exposto o caso.
"Ele está saindo como certo e eu errada. A situação ficou pior para o meu lado, não foi o dele. O meu ficou muito ruim porque estão dizendo que eu estou querendo ibope, mas não é isso. Tanto que eu não quis aparecer em nenhuma imagem", comentou.
Via Folha de S Paulo