2022-06-05 16:22:34
Sou suspeito em relação aos bons vinhos uruguaios, pois, em minha opinião, estão no topo dos melhores rótulos da América do Sul. São inconfundíveis, especialmente se comparados com os modelos que o Chile e a Argentina estão a seguir um “padrão”, quase homogêneo de se fazer vinhos. Feita a introdução, abri ontem o fenomenal vinho ARRETXEA, uma obra de arte da tradicional vinícola PISANO, localizada em Canelones no Uruguai. Trata-se de produção limitada (em média, menos de 6.000 garrafas por ano), com passagem por 18 meses em barricas francesas de alta qualidade. A garrafa aberta era da safra 2006 e posso dizer, sem medo de errar, que o vinho estava no auge da sua vitalidade, mas poderia ser guardado por muitos anos ainda. Vinho composto com a Tannat e um pequeno toque de Petit Verdot, com 14 graus de álcool, a descrição do prazer de sorver cada taça é difícil de passar para as letras. Cor exuberante (ainda com luz violácea), com muito equilíbrio e sem perder a potencia e presença da tannat. De nariz elegante (e sem excessos), o vinho possuía notas mentoladas sutis e toda percepção do seu terroir, com notas que levavam a própria terra. Isso tudo com fechamento que trazia tabaco e café. A harmonização foi perfeita, pois sua companhia foi um cabrito desossado, com batatas rústicas e amêndoas assadas (além de amigos muito queridos, que dividiram as taças). Experiência fascinante. Para minha alegria, ainda tenho uma garrafa do vinho na mesma safra - 2006 (fruto de uma viagem feita em 2010). A vontade, com sinceridade, foi de pegar um avião para Montevideo, para comprar mais algumas garrafas. O importador da PISANO no Brasil é a Mistral. Não achei no site o ARRETXEA, mas encontrei os vinhos da linha RPF e Cisplatino, produtos mais acessíveis da PISANO e que possuem também a sua digital de forma bem clara. O ARRETXEA está, sem dúvida, na lista dos melhores vinhos degustados nos últimos tempos por mim e, com toda sinceridade, sugiro que entre na sua lista de desejos.
21 viewsRodrigo Mazzei, 13:22