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QUEM FOI JOHN WYCLIFFE?

"Toda Lei, toda filosofia, toda lógica e toda ética estão na Sagrada Escritura. E a Sagrada Escritura é toda a verdade. Todo (crente) deve estudar este livro, porque é a verdade do (Criador)."

John Wycliffe (1330-1384), foi pároco e professor inglês considerado precursor das reformas religiosas que sacudiram a Europa nos séculos XV e XVI.

Era um grande estudioso da bíblia e ferrenho crítico do clero católico. Trabalhou na primeira tradução da Bíblia para o idioma inglês, que ficou conhecida como a Bíblia de Wycliffe. "Esta Bíblia é para o Governo do Povo, pelo Povo e para o Povo."

Essa ação iniciou uma nova prática de evangelização, ensinando camponeses e as camadas populares a ler para poderem conhecer e interpretar as escrituras. Essa ação foi realizada por um grupo de seguidores de Wyclif, conhecidos como lolardos ou clérigos pobres.

As pessoas comuns, que nem falavam latim nem podiam ler, só podiam aprender com o clero católico. E muito do que eles achavam que sabiam, ideias como salvação por obras e purgatório, não faziam parte das Escrituras.

Wycliffe foi um dos principais críticos da venda de indulgências (o perdão concedido pela igreja aos pecadores) e também foi um dos primeiros a denunciar a corrupção no clero católico e a anunciar a tese da salvação pela fé. Em sua visão, o papado estava envenenado por corrupção e interesses pessoais. E ele estava determinado a fazer algo sobre isso.

Wycliffe começou a publicar panfletos argumentando que, em vez de buscar riqueza e poder, a igreja deveria se preocupar com os pobres. Em uma ocasião, descreveu o papa como "o anticristo, o sacerdote mundano de Roma e o mais amaldiçoado dos batedores de carteira".

Também criticou a doutrina católica da transubstanciação de Cristo, na cerimônia eucarística do pão e do vinho. O teólogo inglês partiu de um posicionamento realista afirmando que a transubstanciação era decorrente de fantasias infiéis e infundadas, levando ainda à adoração idólatra dos alimentos.

Um de seus principais tratados foi o De veritate Sacrae Scripturae (Da veracidade nas Sagradas Escrituras), publicado em 1378. Para Wycliffe, ao contrário do papa, as escrituras eram infalíveis. Para Wycliffe a autoridade das Escrituras era superior à tradição no que se refere à fé e à vida, contrariamente à doutrina da Igreja Católica, a de que a palavra do papa era a palavra do Criador. Além disso, defendia também a crença na predestinação.

Ele escreveu:

"Nenhum homem deve ser creditado como correto meramente por ser autoridade, a menos que ele mostre nas Escrituras o que sua opinião apoia.

A verdadeira autoridade emana da Bíblia, que contém o suficiente para governar o mundo.

Nosso papa é o (Messias).

Enquanto temos muitos papas e centenas de cardeais, suas palavras só podem ser consideradas se estiverem de acordo com a Bíblia. A igreja não necessita de novas seitas."

Apesar de sua crescente popularidade, a Igreja apressou-se em censurar Wycliffe. Em 19 de fevereiro de 1377, Wycliffe é intimado a apresentar-se diante do Bispo de Londres. Uma multidão aglomerou-se na igreja para apoiar Wycliffe. Isto irritou ainda mais o clero e os ataques contra Wycliffe se intensificaram, acusando-o de blasfêmia, orgulho e heresia. O julgamento que condenou Wycliffe foi uma farsa do começo ao fim. Quando o Papa ouviu falar sobre o fiasco do julgamento, emitiu uma bula em que acusou Wycliffe de "vomitar do calabouço sujo de seu coração as mais perversas e condenáveis heresias".

O arcebispo de Canterbury disse que Wycliffe tinha sido "aquele canalha pestilento, de memória condenável, sim, o precursor e discípulo do Anticristo que, além de sua maldade, inventou uma nova tradução das Escrituras em sua língua materna".

Suas obras foram proibidas, sendo suas ideias condenadas pelo Concílio de Constança, em 1415.

(fontes diversas)

"Assim, testemunhais contra vós mesmos que sois filhos dos que mataram os profetas." Mt 23:31
 
"De fato, todos os que desejam viver piedosamente no Messias Salvador serão perseguidos." 2Tm 3:12

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