2023-04-04 01:45:17
Além disso, as vítimas dessa lei não eram apenas pessoas sem trabalho e renda, mas também aquelas que tinham renda, mas não tinham trabalho oficial. Assim, a lei ameaçava taxistas particulares, construtores, músicos etc.
O decreto foi usado em várias ocasiões com o simples intuito de perseguir dissidentes e pessoas que não apoiavam o partido comunista. Muitos escritores, artistas e poetas, como por exemplo Joseph Brodski, foram julgados e expulsos do país sob a acusação de “parasitismo social” – como chamavam o crime daqueles que não tinham trabalhos oficiais, mesmo que trabalhassem na área criativa.
5. Criticar o governo
As pessoas que não compartilhavam de todas as ações e decisões do governo soviético e criticavam o partido eram chamados de "antissoviéticas". Poucas pessoas ousavam criticar o governo da URSS publicamente, mas até as conversas privadas em casa podiam se tornar um pretexto para acusações de “propaganda antissoviética” e levar a até 7 anos na prisão ou nos campos de trabalho forçado.
6. Comprar e vender moedas
Apenas o Estado tinha o direito de comprar e vender moedas estrangeiras na URSS. Os cidadãos foram proibidos de ter moedas estrangeiras a partir 1937. Todo o dinheiro estrangeiro que os cidadãos traziam de viagens para o exterior devia ser trocado por certificados especiais que podiam ser usados para pagar compras na rede de lojas especiais “Beriózka”, destinada a atender estrangeiros na URSS.
7. Praticar caratê e fisiculturismo
O caratê se popularizou na década de 1960, quando um grande número de filmes com artes marciais surgiu nos cinemas soviéticos. Na URSS o caratê se tornou especialmente popular entre criminosos e ladrões, e os policiais comuns não sabiam como combater essa arte marcial.
O caratê também se tornou perigoso no sentido político. Durante protestos na Polônia, os caratecas conseguiram romper o cordão policial. O Kremlin não queria ter praticantes desta arte na URSS e, em 1981, a proibiu oficialmente.
O mesmo destino recaiu sobre os fisiculturistas, mas por razões ideológicas. O desenvolvimento da musculatura para fins estéticos era considerado uma ocupação antissoviética e burguesa. Os fisiculturistas tinham que praticar os exercícios em clubes fechados e evitar incursões policiais. A proibição foi levantada em 1987.
8. Comprar imóveis
Garantir moradia aos trabalhadores era um dos postulados da política soviética. Havia várias maneiras de conseguir um apartamento: trabalhando em uma empresa que construísse moradias para seus funcionários ou tendo um filho e entrando na lista de espera habitacional. No final das contas, quase todos os cidadãos soviéticos tinham apartamentos para morar – mas não eram proprietários deles porque recebiam os imóveis sob um contrato de aluguel social.
Com o apartamento o cidadão podia receber autorização de residência permanente, e ele podia trocar de imóvel com outro cidadão soviético, mas nunca vendê-lo, comprá-lo, doá-lo ou legá-lo. Quase todos os imóveis na URSS pertenciam ao Estado.
9. Ouvir estações de rádio estrangeiras
As estações de rádio estrangeiras transmitiam para o território da União Soviética, algumas não apenas em russo, mas também em outras línguas dos povos da URSS.
No entanto, o Estado não queria "vozes inimigas" em seu território e fazia de tudo para silenciar as rádios estrangeiras. Para isso, foram construídas cerca de 1.400 estações especiais que bloqueavam de 40% a 60% das transmissões estrangeiras. Os rádios produzidos na URSS tinham a escala de ondas reduzida para impedir a recepção e era criada, propositalmente, quando a transmissão tangia determinados assuntos, a “gluchilka” (uma interferência premeditada que impedia o ouvinte de entender o que estava sendo transmitido).
Às vezes, durante períodos de distensão política, o bloqueio era relaxado ou interrompido por um tempo. Assim, por exemplo, em 1959, quando o secretário-geral Nikita Khruschov visitou os Estados Unidos, a rádio Voz da América deixou de ser bloqueada temporariamente.
10. Comprar chicletes
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