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Morning Call: mercados globais seguem no terreno negativo em dia que marca início da temporada de balanços nos EUA
As ações asiáticas tiveram mais um dia de perdas (exceção ao índice Nikkei, no Japão), mesma direção dos futuros em Wall street, enquanto o dólar avança, após inflação mais alta que o esperado nos EUA (CPI) sugerir um aperto monetário ainda mais agressivo por parte do Federal Reserve, o que poderá desencadear uma recessão.
O índice Stoxx Europe 600 também vai caindo, liderado pelas ações dos setores de telecomunicações e imóveis. Os contratos futuros do S&P 500 recuam antes do início da temporada de resultados do segundo trimestre, iniciada nesta quinta-feira pelo JPMorgan e Morgan Stanley.
Os investidores estão ajustando suas expectativas em relação à próxima reunião do FED, que pode mostrar um aumento histórico de um ponto percentual na taxa de juros americana no final do mês, depois que o indicador de preços ao consumidor dos EUA registrou uma alta anual de 9,1%.
O dólar segue pairando em torno do nível mais alto em mais de dois anos. Os rendimentos de dois anos do Tesouro, sensíveis a movimentos iminentes do Fed, subiram enquanto as taxas de vencimento mais longo se estabilizaram. A inversão entre os rendimentos de dois anos e de 10 anos - um potencial indicador de recessão - é a mais profunda desde 2000.
O euro chegou a cair abaixo de US$ 1, depois que a Bloomberg informou que a Comissão Europeia havia cortado sua previsão de crescimento para a região.
O iene afundou, o petróleo Brent permanece abaixo de US$ 100 o barril e o Bitcoin ultrapassou os US$ 20.000, resistindo ao pedido de falência do credor de criptomoedas Celsius Network.
A grande questão para os mercados é se o último indicador de inflação dos EUA marcará o topo das pressões sobre os preços. Neste ponto, os mercados podem estar se antecipando ao Fed, levantando não mais a dúvida se teremos ou não uma recessão, mas sim de quanto tempo ela pode durar e o quão profunda será.
A presidente do Fed Bank de Cleveland, Loretta Mester , disse em entrevista à Bloomberg que o relatório de preços ao consumidor era uniformemente ruim e que o banco central precisará ir muito além do nível neutro das taxas. Os números não sugerem um aumento menor do que em junho, acrescentou ela.
Por aqui, a Câmara aprovou nesta quarta-feira, 13, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) “Kamikaze”, que turbina uma série de benefícios sociais a menos de três meses das eleições. Em votação em segundo turno, a proposta teve 469 votos a favor, 17 contra e 2 abstenções. Eram necessários 308 votos para a aprovação da medida, que agora vai à promulgação do Congresso.
Em uma vitória para o governo, a Câmara rejeitou as sugestões de mudança no texto (destaques) feitas pela oposição. Por 345 votos a 143, os deputados rejeitaram o destaque do PT que propunha a retirada do estado de emergência da proposta, que blinda o presidente Jair Bolsonaro de punições da Lei Eleitoral. Isso porque a legislação proíbe a concessão de benesses às vésperas da eleição, exceto em casos de calamidade pública e estado de emergência. As propostas poderiam limitar os efeitos eleitorais da PEC em favor do presidente e beneficiar a oposição.
t.me/centraldoinvestidor
