2021-10-15 14:16:23
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15 DE OUTUBRO•
FESTA DE SANTA TERESA d'ÁVILA"Fulcite me floribus, stipate me malis; quia amore langueo" -
"Acudi-me com confortativos de flores, trazei-me pomos que me alentem, porque desfaleço de amor" (Cant II. 5)
SUMÁRIO. Consideremos o ardente amor que tinha a Deus esta seráfica Santa. Parecia-lhe impossível que pudesse haver no mundo uma pessoa que não amasse a Deus, e chegou a dizer que não teria pena de ver outros no céu mais felizes do que ela, porém que não poderia consentir em ver alguém a amar a Deus mais do que ela. Pondo os seus atos em harmonia com as suas palavras, esforçava-se por cumprir tudo que sabia ser agradável a Deus. Se, à imitação da Santa, quisermos fazer progressos no amor, desapeguemos o nosso coração das criaturas, com a resolução de obrar e padecer por Jesus Cristo.I. Consideremos o ardente amor que tinha a Deus esta seráfica Santa. Parecia-lhe impossível que pudesse haver no mundo uma pessoa que não amasse a Deus: « Deus meu, não sois excessivamente amável por causa das vossas perfeições infinitas e do infinito amor que nos tendes? Como pode pois haver alguém que não Vos ame? ». Ela era muito humilde, mas, ao falar de amor, não hesitava em dizer: « Sou toda imperfeição, exceto nos desejos do amor ». A Santa deixou-nos este excelente ensino: Desprende o teu coração de todas as coisas: busca a Deus e achá-lo-ás.
Costuma dizer, por outra parte, que é fácil para o que ama Deus desprender-se da terra. « Ah, meu Deus! » exclamava, « só necessitamos amar-Vos deveras, para que nos torneis tudo fácil ». E em outro lugar escreve: « Já que devemos viver, vivamos para Vós; desapareçam os nossos interesse próprios. Que maior vantagem podemos conseguir, do que Vos agradar? Ó delícia minha e Deus meu! Que farei para Vos dar gosto? ». Ela chegou até a dizer que não teria pena de ver os outros no céu mais felizes do que ela mesma, mas que não poderia consentir em ver alguém amar a Deus mais do que ela.
O que há de admirável em nossa Santa, é a firmeza de ânimo com que se esforçava por cumprir tudo o que sabia ser agradável a Deus: « Nada há », dizia, « por penoso que seja, que não me animasse a empreender, se me apresentasse ocasião de o fazer. Dali ensinava que o amor de Deus se alcança pela resolução de obrar e padecer por Deus, porque "o demônio não teme as almas irresolutas". Para agradar a Deus, chegou ainda, como é mais perfeito. – E como o amor se conhece no sofrer por Deus, desejava ela não viver senão para sofre. Por isso escrevia: « Parece-me que não há razão para viver, que não seja para padecer, e isto é o que mais ardentemente peço a Deus. Digo-lhe de todo o coração: Senhor, ou padecer ou morrer, só isto Vos peço pra mim ». Chegou o seu amor a ser tão ardente, que Jesus Cristo lhe disse um dia: « Teresa, tu és toda minha, e eu sou todo seu », e enviou um Serafim para lhe ferir o coração com uma seta de fogo.
II. Finalmente Teresa morreu como havia vivido, toda abrasada de amor. Aproximando-se-lhe o fim da vidda, todos os seus suspiros eram por morrer, afim de poder temer-te, porque em ti está a vida. « Serve, ó minha alma, ao teu Deus e espera que ele dê remédio às tuas penas ». Por isso compôs aquela afetuosa glosa: « Vivo sem viver em mim; e tenho tamanho desejo da outra vida, que morro por não morrer ». – Quando lhe levaram o Viático, exclamou: « Ó meu Senhor, chegou, enfim, o momento por tanto tempo anelado: agora começa o tempo em que nos veremos face a face ». Depois morreu de puro amor, como ela revelou depois. Foi vista voando ao céu em forma de uma pomba branca; e de seu corpo virginal se espalhou pelo mosteiro todo um suavíssimo perfume.
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