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*Nota de Repúdio - Associação Brasileira de Cirurgia Pediátric | Médicos Pela Liberdade

*Nota de Repúdio - Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica Teresina, 29 de junho de 2023*

É com imensa tristeza e pesar que a Associação Brasileira de Cirurgia Pediátrica – Regional do Piauí vem a público comunicar a suspensão das atividades eletivas de todos os cirurgiões pediátrico do estado, no setor público e privado, mantendo-se os atendimentos de urgência e emergência, por 7 dias, a partir desta data, em solidariedade ao colega EDUARDO GUIMARÃES MELO e em REPÚDIO à maneira como o seu nome foi exposto à opinião pública, por um resultado ruim em um procedimento médico. É importante que isto fique bem claro: não houve erro médico, não houve imperícia, não houve negligência nem omissão de socorro por parte dele, do hospital e demais médicos presentes ao atendimento. Houve uma fatalidade, uma complicação de um procedimento médico, descrita em qualquer livro de medicina. Todo profissional de saúde sabe que em uma punção venosa central existe sempre o risco de uma complicação fatal. E o mínimo que se espera da justiça, da imprensa e da opinião pública é que antes de julgar, condenar e punir publicamente, saibam diferenciar erro médico, negligência, complicação de um procedimento e resultado insatisfatório de um tratamento médico. Não somos Deuses, e muitas doenças são incuráveis por humanos como nós, profissionais da saúde. Muitas vezes, apesar de darmos o melhor de nós, de darmos tudo de nós, não conseguimos a cura. Somos cobrados demasiadamente, dia e noite, por resultados que não podemos garantir. Eduardo foi chamado para um atendimento médico, realizou o procedimento dentro das normas técnicas exigidas, houve a intercorrência descrita, essa intercorrência foi diagnosticada e todas as medidas necessárias foram tomadas, porém a criança acabou falecendo. Isto está muito longe de ser um homicídio, com ou sem dolo. Eduardo estava preparado para apresentar dentro do processo legal em andamento, todas as informações necessárias para a sua defesa, com embasamento técnico e cientifico, dentro de todos os preceitos exigidos pela ciência e pela justiça. Infelizmente, e tragicamente, não estava preparado para ver o seu nome exposto da maneira como o fizeram, sem a presunção de inocência, que é direito de todos, sem ouvi-lo, antes mesmo do processo ser enviado ao CRM (conselho Regional de Medicina) e ao Ministério Público e, caso a denúncia fosse aceita, antes de um julgamento legal, pois para uma pessoa séria, honesta, ética e decente, nada dói mais que uma exposição pública injusta, com todas as consequências que isto traz, para esposa, filhos, amigos, colegas de trabalho e pacientes. E pelo que temos conhecimento, através de depoimentos, isso foi o que ele expressou, imediatamente antes do ocorrido. Nosso querido amigo suportava bem a acusação injusta, pois se defenderia dela dentro de um processo legal, e certamente teria a sua inocência decretada, estava certo disso e tinha o coração e a consciência tranquila, na certeza que, como sempre, havia dado o melhor de si para ajudar aquela criança atendida por ele. É, mas Eduardo não estava preparado para a difamação, para a injusta exposição pública. Que fique, para aqueles que tem o poder da informação e o poder da justiça, a reflexão sobre a responsabilidade e a dimensão do que é divulgado. Palavras ditas e publicadas podem destruir a vida de inocentes, de famílias, de seus filhos, de amigos... podem trazer danos irreversíveis à sociedade. Isso mesmo, danos à sociedade também, pois Eduardo realizou mais de 20 mil procedimentos cirúrgicos, todos com extrema habilidade técnica, responsabilidade e humanismo. E agora, a sociedade está privada de usufruir das habilidades de um profissional deste nível, que certamente teria mais uns 25 anos de exercício da profissão e mais outras 20 mil cirurgias realizadas. Isto em uma especialidade extremamente carente no Brasil e em nosso estado, pois até ontem erámos somente 22 profissionais, sendo que 70% destes foram ex-alunos do Eduardo, na residência médica de cirurgia pediátrica da UESPI.