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Varejo surpreende e registra alta de 0,8% em março – Confira os comentários dos economistas do BTG Pactual.
O volume de vendas do comércio varejista no Brasil apresentou variação positiva de 0,8% em março de 2023, em relação a fevereiro do mesmo ano, com uma média móvel trimestral de 1,5% e 2,4% no acumulado do ano.
Como destaque, a categoria de equipamentos e matérias para escritório, informática e comunicação mostrou alta de 7,7% m/m, significativamente acima da média histórica para o mês, de 1,4%.
Contudo, vale destacar que alguns segmentos mostraram retração expressiva, como tecidos, vestuário e calçados, com queda de -4,5% m/m e outros artigos de uso pessoal de doméstico, com queda de -2,2% m/m.
O comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, material de construção, entre outros, foi a grande surpresa deste mês, com alta de 3,6% em relação ao mês anterior, 2,1% na média móvel trimestral, 3,3% no acumulado do ano e 8,8% em comparação ao mês de março de 2022. O resultado surpreendente reflete uma forte recuperação nas vendas de veículos e peças, de 3,7% m/m, e que pode guardar alguma relação com o crescimento do segmento atacarejo.
E para frente?
A conjuntura de juros elevados segue trazendo desafios ao setor varejista, embora os dados do 1º trimestre de 2023 para a atividade econômica tem mostrado resiliência adicional pelo nível contracionista que a política monetária se encontra há algum tempo.
Para o 2T23, o setor tende a manter tal resiliência. Se de um lado as condições financeiras restritivas podem reduzir as surpresas recentes do varejo, por outro os reajustes já realizados no salário-mínimo, nos rendimentos dos servidores públicos federais e na antecipação do abono salarial a partir de maio podem dissipar os efeitos contracionistas das taxas de juros.
Portanto, os próximos meses podem continuar mostrando a resiliência dos dados mais recentes. Contudo, acreditamos que para o início do segundo semestre estes drivers altistas para a atividade podem reduzir seu efeito e encontrar um ambiente de maior desaceleração da atividade econômica e, consequentemente, para o setor de serviços.
