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Varejo e indústria resilientes no início do 2T23 – Confira os comentários dos economistas do BTG Pactual

No lado da demanda, o varejo americano agregado apresentou avanço de +0,4% m/m (em termos nominais) em abril, mais fraco do que esperado, respondendo estritamente a mudança na série histórica desde 2021 – promovendo revisão altista de março de -1% m/m para -0,7%. No agregado, o bimestre mar-abr foi 0,09% abaixo do esperado. Por sua vez, o núcleo do varejo – que exclui itens de consumo mais voláteis – acelerou mais do que o esperado, de +0,7% m/m vs 0,4%.

Em termos setoriais, o avanço (nominal) não foi totalmente disseminado entre os setores, com destaque para gastos com lojas de departamento (+0,9% m/m), com serviços alimentícios e de bebidas (+0,6% m/m) e de veículos automotores (+0,4% m/m). Por sua vez, no lado negativo, chamamos atenção para vendas em postos de gasolina (-0,8% m/m) e vestuário (-0,3% m/m).

Já no lado da oferta, a indústria avançou 0,5% m/m em abril, com leitura mais positiva do que a esperada pelo consenso (0,0%), mas com revisão negativa do dado de março – em especial para os níveis de utilização da capacidade instalada (-40 bps).

O crescimento foi misto dentre as categorias econômicas, com bens de consumo duráveis avançando +4,2% m/m, puxado por itens da indústria automotiva (+8,4% m/m), ao passo que não duráveis recuou neste mês (-0,4%), com grande participação de itens de vestuário (-1,2% m/m), enquanto alimentos avançou (+0,5%) no período. O setor extrativo ganhou força no início do trimestre, com crescimento de +5,6% m/m.

E para frente?

Com os dados atuais, o varejo inicia o 2T23 com um carrego de -2,94% t/t anualizado em termos reais (ou -0,70% t/, assumindo nossa projeção para o deflator PCE em abril), reflexo do enfraquecimento deixado pelo final do 1T23, mas também da expectativa de uma acomodação do consumo de bens nos próximos meses.

O resultado é uma boa proxy para a performance do PCE de Bens (dado de despesas das famílias), que mostrou recuperação no início do ano e sustentou uma aceleração do PIB no período – o que não ocorrerá novamente no curto prazo.

Por sua vez, no lado da indústria, a despeito da surpresa positiva em abril, que deixa um carrego de 2% para o 2T23, o setor já conta com indicadores antecedentes apontando para um menor crescimento em maio – como o Empire Manufacturing divulgado nessa segunda-feira. As condições financeiras em patamar restritivo seguirão limitando a tendência nos próximos meses.

A despeito da desaceleração da economia que já esperamos para o 2T23, o balanço das famílias em patamar saudável e um mercado de trabalho apertado devem evitar a percepção de uma recessão no curto prazo. Ainda assim, os dados seguem suportando a nossa expectativa de pausa do ciclo de ajuste monetário por parte do Fed em junho, estabilizando a taxa no patamar atual durante todo 2023 – visão suportada pelos comentários de todo os fedspeakers até o momento e divergente do precificado na curva de juros (75 bps).