2022-08-19 16:35:13
‘SEJA QUAL FOR O RESULTADO DA GUERRA NA UCRÂNIA, A CHINA SAIRÁ FORTALECIDA’
por Thereza Quintella, ex-Embaixadora do BRASIL em MOSCOU e um dos melhores quadros da boa diplomacia brasileira - a de Celso Amorim e de Samuel Pinheiro Guimarães.
Aposentada do serviço público, permanece atenta às disputas por hegemonia travadas permanentemente entre as grandes potências, e exercita o hábito de estudar o fato político em si, perfurando sua epiderme, ou seja, sem contentar-se com as aparências.
Seu depoimento sobre o conflito em curso na Ucrânia, além de desintoxicado, livre dos condicionantes ideológicos das máquinas de propaganda e comunicação hegemônicas ocidentais, resulta de um profundo conhecimento da História dos países postos em conflito.
“Qualquer que seja o resultado da guerra em curso na UCRÂNIA, haverá nítida vantagem para a CHINA e o seu Projeto de Médio Prazo, que visa à disputa da Hegemonia de uma Nova Ordem Mundial que começa a se delinear.
O contraste entre a visita de Mao Zedong a MOSCOU, em 1949 - quando foi pedir a Joseph Stálin apoio para o país empobrecido, que recém saía dos esforços da guerra contra o JAPÃO e do seu próprio conflito interno - e a situação atual em que a RÚSSIA se coloca, de uma maneira ou de outra, como devedora e tributária de uma CHINA extremamente poderosa nas esferas tanto política quanto econômica, é bastante diferente.
As projeções possíveis indicam uma sensível mudança na Política Externa RUSSA, que, na medida em que se vê hostilizada pela EUROPA, mais caminhará visando à aproximação com a EURÁSIA, liderada pela CHINA, e para um muito maior intercâmbio com as economias do BRICS, agora em vésperas de amplificar sua abrangência com o BRICS+, como já anunciado por Vladimir Putin.
A propósito, Thereza Quintella comentando o Isolamento RUSSO, lembra que, “à exceção do JAPÃO e de SINGAPURA, todos os países da ÁSIA recusaram-se a adotar sanções econômicas contra a RÚSSIA, apesar da forte pressão que sofreram dos EEUU e dos Países Europeus da OTAN”.
‘E esse fato é o indicativo de que MOSCOU não encontrará dificuldades para estreitar seus laços com a ÁSIA na busca de novos mercados para suas Exportações e Cooperação Tecnológica, visando a substituir o know-how com o abandono de seu território pelas empresas NORTE-AMERICANAS-EUROPEIAS’.
A tendência do desfecho da disputa desses gigantes - CHINA-RÚSSIA X OCIDENTE - na balança geopolítica mundial é, claramente, o de pender para o Lado Asiático e a CHINA sairá muito fortalecida”...
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1.5K viewsAmalia Wilde, 13:35